Depois de fechar 2015 com prejuízo acumulado de R$ 44 bilhões, o pior da história, a Vale retomou o fôlego e fechou o primeiro trimestre de 2016 no azul, com lucro de R$ 6,32 bilhões. Em igual período do ano passado, o resultado foi negativo em R$ 9,56 bilhões. A melhoria do preço do minério no mercado externo foi um dos motivos do bom desempenho, que deve se manter, segundo avaliação do presidente da J. Mendo Consultoria, José Mendo Mizael de Souza.
A valorização do real frente ao dólar também foi benéfica para a companhia, achatando a dívida em dólar.
Na previsão do especialista, o preço do minério de ferro no mercado spot (à vista) deve girar entre US$ 58 e US$ 60 a tonelada em 2016, melhor do que no passado (US$ 50). Além disso, na última semana, a China, principal compradora de minério do Brasil, assinou um acordo de Mudanças Climáticas em Nova York.
A assinatura do documento faz com que o país estrangeiro priorize a compra de minério brasileiro, com alto teor de ferro. O objetivo é fazer blending , ou seja, misturar o deles ao nosso. “Ao utilizar o minério próprio, a China produz muito rejeito. Ela vai precisar mudar esse processo”, afirma Mendo.
A produção de minério de ferro pela Vale neste ano deverá ficar em 340 milhões de toneladas, segundo o diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Luciano Siani. No primeiro trimestre, a companhia bateu recorde de produção de minério de ferro, com 77 milhões de toneladas.
A entrada em operação do SD11 no final do ano também dá forças à Vale, segundo o especialista. O projeto é o maior de minério de ferro da companhia e tem capacidade para produzir 90 milhões de toneladas por ano.