Faça um esforço, caro leitor. Você ainda se lembra daquela caixa de carrinhos da infância, com modelos de diversas épocas e estilos? Certamente era o máximo combinar carros tão diferentes num mesmo propósito.

Agora imagine isto em escala real. Imaginou? Pois é, existe e atende pelo nome de Goodwood Festival of Speed, um encontro anual em West Sussex, na Inglaterra, onde modelos de diversas eras, pilotos, marcas e apaixonados se encontram numa espécie de gincana, em que máquinas lendárias e inéditas desafiam o cronômetro e as curvas numa estreita pista de 1,8 quilometro ladeira acima ou num pequeno circuito de menos de 3 quilômetros para provas de rali.

Este ano não tem sido diferente. O festival de velocidade, que teve início na quinta-feira e termina amanhã, já presenciou ícones da indústria automotiva e também do automobilismo, como o Renault 5 Maxi Turbo, que junto com outras dezenas de modelos da marca francesa, também queimaram borracha em Goodwood. Também se exibiram modelos antigos da Fórmula 1, Le Mans, outras modalidades.

Mas o festival não se faz apenas com heróis das pistas. Marcas como a Aston Martin decidiram acelerar pela primeira vez o cupê DB11. O Sucessor do DB9 foi apresentado oficialmente em março, durante o Salão de Genebra. Junto com o DB11, a Aston também levou o furioso Vulcan, superesportivo destinado para uso em circuito fechado.

Outro modelo raro que também reservou sua primeira exibição de desempenho é o Bugatti Chiron. Assim como o Aston, o Chiron foi apresentado oficialmente em Genebra, mas em setembro do ano passado o supercarro tinha sido revelado em sua versão “videogame” no salão de Frankfurt.

Painel Central

Uma das muitas tradições do encontro inglês é o painel central. A cada ano uma escultura é erguida para homenagear um automóvel ou marca, com um ou mais carros fixados no alto da armação.

Nessa edição, a marca homenageada será a BMW, tendo o antológico 328, que completa 80 anos em 2016 como a principal estrela. Também fazem parte da escultura o Brabham BT52 e o protótipo V12 LMR.

Aston Martin GT 12 ROADSTER

Quando todos pensavam que Aston Martin faria apenas a exibição de performance do novíssimo DB11, equipado com um inédito V12 biturbo 5.2 de 608 cv e nada modestos 70 mkgf de torque, eis que a marca de Gaydon roubou a cena com o GT 12 Roadster. Trata-se de uma derivação do anabolizado V12 Vantage, com carroceria aberta. O supercarro foi desenvolvido pela divisão Q, equipe dedicada a projetos especiais. Com apenas uma unidade, o bólido manteve o conjunto mecânico original da versão, a unidade V12 6.0 de 600 cv. Segundo a Aston Martin, o carro foi encomendado por um cliente especial da marca, que preza pela exclusividade. Nota-se!

Bugatti Chiron

Estrela do Salão de Genebra e um dos automóveis mais aguardados para 2016,o Bugatti Chiron foi revelado ao mundo em março, no Salão de Genebra. Agora os supercarro mostrou como os quase 1.500 cv extraídos do W16 tetra-turbo 8.0 se comportam na subida de ladeira de Goodwood. Claro que o Chiron não teve pista para chegar aos surpreendentes 417 km/h de velocidade máxima, mas pode dar mostras de sua aceleração brutal que registra 0 a 100 km/h em 2,5 segundos. Para os presentes foi uma oportunidade rara de se ver, uma vez que o Chiron terá produção limitada a 500 unidades, com preço de 2,4 milhões de euros (R$ 9,1 milhões).

MCLAREN P1 GTR James hunt

Depois de prestar homenagem ao francês Alain Prost, a McLaren decidiu agraciar outro campeão da Fórmula 1, o inglês James Hunt, com uma versão especial do supercarro P1 GTR. Hunt correu pela escuderia britânica entre os anos de 1976 e 1978, conquistando o título em seu primeiro ao de McLaren. E para marcar os 40 anos do feito de Hunt, a marca preparou uma unidade especial em tom preto com faixas em azul, vermelho e amarelo, além demais detalhes personalizados de acabamento. Tecnicamente, o modelo manteve conjunto inalterado, com o motor V8 biturbo 3.5 acoplado a uma unidade elétrica que juntos somam 1.000 cv para acelerar até 360 km/h.

MERCEDES-aMG GT R

A Mercedes-AMG GT R tem sido apontada como principal destaque da marca alemã no Salão de Paris, que acontece em outubro. No entanto, a estrela de três pontas queimou a largada e levou o supercarro para o encontro britânico. A GT R chega como opção ainda mais nervosa do cupê, que em 2014 sucedeu o SLS AMG. Pintado de verde, na tonalidade batizada de AMG Green Hell Magno, em alusão ao Anel Norte de Nordschleife, em Nurburgring, que foi apelidado pelo piloto escocês de Inferno Verde. A versão R chega com o V8 biturbo 4.0 recalibrado para despejar 585 cv e 70 mkgf nas rodas traseiras, para acelerar a até 318 km/h.

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