
Os norte-americanos são tradicionalistas. Gostam de manter as coisas como são: da receita do peru de Ação de Graças às regras pétreas dos esportes.
Na Nascar, a stock car do Tio Sam, não é diferente. As intermináveis corridas em circuitos ovais acontecem há décadas. Seus carros (com chassi tubular) reproduzem as formas de cupês, mesmo que ostentem nomes de sedãs ou até monovolumes.
O mesmo é válido para os motores V8 imensos, com mais de 700 cv. A troca do carburador para a injeção eletrônica só aconteceu em 2012. E olha que a tecnologia é oferecida nos Estados Unidos desde os anos 1950.
Agora, a General Motors resolveu quebrar as tradições e apresentou o Blazer EV.R NASCAR, nas vésperas da Daytona 500, que abriu a temporada. Trata-se de carro, com o mesmo chassi tubular utilizado nos bólidos da categoria, mas com formato SUV e novos elementos aerodinâmicos, como um imenso aerofólio.
E se não bastasse, o modelo é elétrico. Ele conta com três motores que somam 1.300 cv, que atingem rotação de 15.000 rpm de forma imediata.
Os motores são alimentados por células de 78 kWh. Segundo a GM, a bateria utiliza refrigeração líquida para suportar o calor gerado pela condição extrema de uso.
"Embora continuemos a competir com nossa comprovada e vencedora tecnologia V8 na NASCAR nos próximos anos, buscamos continuamente maneiras de melhorar a combinação de potência, durabilidade e eficiência para transferir aprendizados das pistas de corrida para os showrooms, especialmente à medida que reforçamos a linha de veículos elétricos de consumo da Chevy", explica o diretor executivo de competição global de automobilismo da General Motors, Eric Warren.
Ou seja, por hora, o Blazer da Nascar é apenas um estudo, diferentemente do Tracker utilizado na Stock Car Brasil. Mas é fato que num mercado que consome SUVs freneticamente, não há razão para manter uma carroceria que imita o finado Camaro.