Viajar de avião não é barato, principalmente quando a família é grande. Mas o passeio pode ficar ainda mais salgado quando se precisa de um carro com capacidade superior aos triviais cinco lugares.
Modelos de sete lugares não são baratos. Geralmente são SUVs como Jeep Commander, Caoa Chery Tiggo 8 ou um Mercedes-Benz GLB. Uma opção mais acessível é o Chevrolet Spin.
O monovolume veterano da GM está na praça há 12 anos. Nunca convenceu pelo charme, mas tem sua praticidade inegável. Outra opção é o Citroën C3 Aircross.
Lançado no final de 2023, o SUV francês chegou com preços agressivos, plataforma moderna e o bem quisto motor Turbo 200 1.0 de 130 cv e 20,4 kgfm de torque.
Mas o grande barato do C3 Aircross é sua configuração de sete lugares. O entre-eixos do C3 hatch foi alongado em 10 cm, assim como o balanço traseiro.
Tudo isso permitiu ampliar o comprimento total e espaço interno, otimizado pela posição verticalizada (coisa que os franceses imitaram do Volkswagen Fox). Assim, sete ocupantes podem passear numa boa.
A versão Shine oferece tudo que o C3 Aircross tem para entregar. Direção elétrica, cluster digital, ar-condicionado (eletrônico na linha 2025), multimídia flutuante, conexão com celulares e acabamento em couro. Tudo isso ao preço de R$ 137 mil, uma ninharia quando se compara com o valor inicial do Commander, só para ficar sob o guarda chuvas da Stellantis.
Claro que o francês lança mão de refinamentos, como assistentes de condução, chave presencial, carregamento por indução e outras comodidades. Mas são itens que podemos viver sem eles. No entanto, a falta de cortinas laterais incomoda. Não dá para barganhar com a segurança.
Ao volante
O C3 Aircross não difere praticamente em nada da versão de cinco lugares. O que muda são os pontos de fixação da terceira fileira (que conta com bancos destacáveis para aumentar o volume de bagagem), assim como as portas USB, do fundão, e o exaustor que empurra o ar refrigerado para a última fileira.
A posição de dirigir elevada ajuda na visibilidade. Com lotação máxima, as cabeças acabam comprometendo o retrovisor.
E por falar em lotação, com ocupação total, o Aircross não decepciona, os 20,4 kgfm de torque do motor Turbo 200 dão conta do recado. Afinal, é o mesmo bloco que também equipa a Fiat Strada, que leva muita carga na caçamba.
Mas vale ressaltar que os banquinhos extras são indicados para crianças que não dependem mais do assento de elevação. Adultos vão espremidos com os joelhos esfregando nas orelhas.
Com cinco ocupantes, é possível remover os bancos traseiros para ganhar mais espaço no porta-malas. A sacada é bastante inteligente. E retirar e instalar os bancos é muito simples, basta puxar a fita que trava os ganchos.
Seja como for, o C3 Aircross é um carro prático para quem tem família numerosa e não pode pagar o que é cobrado por um modelo mais sofisticado, mas ao mesmo tempo não quer se render às linhas pouco agradáveis do Chevrolet Spin.