Crescendo para baixo: Kicks ganha cidadania brasileira e Nissan aposta em versões simplificadas

Marcelo Ramos - miramos@hojeemdia.com.br
Publicado em 07/07/2017 às 10:22.Atualizado em 15/11/2021 às 09:26.

RESENDE (RJ) – Um ano depois do lançamento no mercado brasileiro, finalm ente a Nissan nacionalizou ou utilitário-esportivo (SUV) Kicks, que passa a ser montado na unidade fluminense de Resende. O jipinho tupiniquim ganha quatro versões de acabamento e custa de R$ 70.500 a R$ 95 mil justamente para ocupar a os degraus mais quentes do mercado de utilitários, onde figuram rivais como Jeep Renegade, Honda HR-V, Ford EcoSport e Renault Captur.

Os executivos da marca estão confiantes pois, segundo eles, o Kicks se enquadra numa categoria de grande interesse do consumidor. “Cerca de 30% dos carros que vendemos são SUV, tanto no Brasil quanto em âmbito global. E temos no Brasil um público apto para compra de 40 milhões consumidores”, observa o diretor de Marketing, Humberto Gomez.

Com a nacionalização, a Nissan precisa expandir o volume de vendas, o que faz com que a linha “cresça para baixo”, com versões mais baratas, ara tornar o jipinho mais competitivo. Como não existe filantropia na indústria, as versões mais simples são penalizadas com pacotes mais comedidos. A versão de entrada, S, com caixa manual de cinco marchas, perdeu boa parte do garbo daquele Kicks que chegou ano passado para ser o carro madrinha dos Jogos Olímpicos do Rio. 

O interior não tem revestimento em couro no painel, nem multimídia, câmera de ré ou ar-condicionado digital, que remove aquela sensação de bem-estar que a topo de linha SL entrega ao motorista. Nem mesmo roda de liga leve o jipinho oferece. No lugar há uma grande roda de aço coberta por imensa calota de plástico, que empobrece o visual do modelo. E, sejamos sinceros, quem busca um SUV não gosta de passar recibo de que anda economizando.
Mas a verdade é que a versão está lá para atrair a clientela, uma vez que a maioria dos consumidores busca jipinhos com caixa automática. No caso do Kicks, um módulo CVT, que passa a ser oferecido na versão S (CVT), tem preço inicial de R$ 79.200 e inclui rodas de liga leve, controles de tração e estabilidade, além de assistente de partida em rampa (Hill Holder). Essa sim é a versão que a Nissan pretende ampliar. Entro desse balaio de 40 milhões de consumidores, a Nissan, como demais marcas, inclui pessoas com deficiência (PCD), que têm carga tributária suavizada. Nesse contexto, a versão S Direct atende não apenas o público PCD, mas também taxistas, tem preço anunciado de R$ 68.640, com a inclusão de caixa do tipo CVT.

Num degrau acima, a versão SV (R$ 85.600) adiciona câmera traseira, chave presencial, rodas aro 17, dentre outros refinamentos. Mas quem se dispuser a gastar R$ 95 mil leva para casa um carro bastante recheado, com direito a equipamentos como câmera 360 graus, sistema de estabilização da carroceria em pisos irregulares, alerta de colisão ativo – que pode acionar freios caso o motorista se distraia –, seis bolsas infláveis, dentre outros mimos, como painel com acabamento em couro, ar-condicionado digital, multimídia e pintura em dois tons. Tudo faz dele opção interessante ante os rivais na mesma faixa de preço.

Motor

Com exceção da caixa manual para a versão de entrada[/TEXTO] o Kicks mantém motor 1.6 16v de 114 cv e 15,5 mkgf de torque, que faz dele um dos modelos mais pacatos do mercado. A Nissan garante que a opção pelo conjunto motor tem foco na eficiência e não na performance. Mas, cá entre nós: motor de 2.0 de 140 cv faria muito bem para o jipinho, nem que fosse para fazer frente ao primo Captur.

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