Ter um produto reconhecido a distância pelo design e torná-lo referência, inclusive para a concorrência, não é tarefa fácil, mas a Harley-Davidson conseguiu ao longo de 113 anos. 

Verdade que em meados dos anos 1990 a marca de Milwaukee passou a se incomodar com a ascensão das motocicletas japonesas, com sua ciclística moderna e altíssimo desempenho que contrastava com a corpulência e operação sincopada dos enormes V2 da casa. Naquele momento, a Harley precisava de um produto novo, que agregasse tecnologia e desempenho, sem perder a identidade. Para ajudar na tarefa, os norte-americanos convidaram outra marca acostumada a evoluir sem macular suas formas. 

A Porsche participou no desenvolvimento de um motor totalmente novo, com refrigeração líquida, injeção eletrônica e comando de válvulas duplo, algo que contrastava com os motores convencionais da HD. 

E da parceria nasceu a V-Rod, apresentada em 2001 e que até hoje impressiona pelo design que mescla os principais elementos estéticos de uma Harley com formas modernas e musculosas. Além do desenho, a moto também evoluiu em termos dinâmicos e em comportamento. 

O novo V2 de 1.250 cm³ gerava nada menos que 11,3 mkgf de torque. Um carro com motor 1.0 tem cerca de 10 mkgf de torque para deslocar um automóvel com peso de 900 quilos a uma tonelada, sem contar ocupantes e bagagem. Já na V-Rod toda a força jogada na roda traseira tem apenas 300 quilos, mais o peso do piloto. 

Tudo isso rendia à V-Rod desempenho exemplar, tanto no uso urbano quanto na estrada, fazendo dela uma das melhores Harley de todos os tempos. Atualmente, a marca comercializa a V-Rod (R$ 78.500) em versão clássica e também na configuração Night Rod (R$ 79.900), ainda mais invocada.

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