A Black Friday é mais uma tradição que o brasileiro importou dos Estados Unidos. A data que sucede o Dia de Ação de Graças ficou conhecida por lá pelo saldão de eletrônicos. Por aqui, como uma pizza com Ketchup, aprimoramos para tudo: tem até apartamento vendido na Black Friday.
E claro que neste balaio tupiniquim o setor automotivo não ficou de fora. Fabricantes e concessionários iniciaram campanhas para o período.
Em média, os descontos giram em torno de 10% a 15%. Percentuais que podem parecer bastante tentadores. No entanto, comprar um carro é bem diferente de comprar uma TV, videogame ou celular em promoção.
Isso porque, para a esmagadora maioria dos brasileiro, comprar um carro zero km é uma decisão que vai além do desconto momentâneo. Apenas 1% dos brasileiros compram carro novo. E a indústria não faz muito esforço para ampliar essa fatia de mercado com seus emplacamentos na faixa de 2 milhões de unidades anuais.
Uma coisa é comprar um televisor por R$ 1,5 mil, ou um PS5 por menos de R$ 3,5 mil. Outra coisa é comprar um produto que custa muito mais caro.
Não dá para ser por impulso, afinal estamos falando de um produto que não sai por menos de R$ 70 mil. Além disso, na compra do carro novo, na maioria das vezes, o usado entra como parte do negócio.
Nessa hora é preciso ficar atento para a avaliação de seu carro antigo, pois dependendo da cotação o desconto do zero km vai por terra.
E claro, o impulso da Black Friday se tornará um dissabor depois do réveillon. Pois, em janeiro, o carro novo virá com IPVA cheio, com preço de carro zero.
Isso sem contar as desovas. A General Motors, por exemplo, anunciou um polpudo desconto no Chevrolet Equinox –nada menos que R$ 35 mil de corte no preço do SUV. Parece tentador, mas há uma pegadinha: a nova geração chega já na primeira semana de dezembro. Ou seja, ela está empurrando o resto do estoque e usa o desconto como isca.
Então, antes de comprar seu novo possante no impulso que você compraria um tênis, pense que o barato sempre pode sair caro. Afinal, fabricante e concessionário não fazem caridade, ainda mais numa indústria que consegue atender a apenas 1% da população.
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