No final dos anos 1960, os executivos da Volkswagen quebravam suas cabeças para encontrar um sucessor definitivo para o Fusca. Afinal, o carro do povo era um projeto dos anos 1930 e caiu como uma luva no pós-guerra.
Mas a guerra já tinha acabado e a classe trabalhadora carecia de carros mais práticos e confortáveis que o velho Sedan. Assim, a VW iniciou uma maratona de sucessão do Fusca, com vários projetos, que incluíam a participação da Audi (que a Volks comprou 50% de seus papéis em 1964).
O resultado foram três carros: Passat, Golf e Polo. Cada um lançado com o intervalo de um ano. O Passat deveria ser o carro para o europeu de classe média, com estilo arrojado. Já o Golf era o modelo de porte médio, prático e eficiente.
E por fim, o Polo, que é literalmente um clone do Audi 50 com design assinado pela Bertone. Ele chegou para ser o Volkswagen de acesso, modelo que carregava a aura popular do Fusca.
Naquela época, francesas como Renault e Peugeot já tinham colocado na praça modelos compactos com design avançados como o Renault 5 e o Peugeot 104. Mas foi o Polo que consolidou o segmento.
O Polo logo chamou a atenção do mercado e se mostrou um carro desenhado para as estreitas vias urbanas europeias. A indústria logo tomou as medidas do compacto Volkswagen como referência e o segmento pipocou no Velho Mundo.
A trinca funcionou tão bem que, ainda hoje, Passat, Golf e Polo são referência na gama da Volkswagen, mesmo com a massificação dos SUVs. E o modelo também faz sucesso no Brasil.
Polo no Brasil
O Polo estreou no Brasil em 2003, já em sua quarta geração. Mas antes a Volkswagen importou o Polo Classic, que na verdade era um clone do Seat Cordoba. Este que por sua vez tinha um hatch, o Ibiza, que era na verdade um Polo de terceira geração. A dupla chegou nos anos 1990 e ficou até o início dos anos 2000.
Mas voltando ao Polo (de verdade), o modelo chamava a atenção pelos faróis redondos, tendência criada pela Mercedes-Benz em meados dos anos 1990, mas que ainda estava em voga.
O hatch chegou para ocupar a vaga entre o Gol e o Golf. Ele foi vendido com motores 1.0, 1.6 e 2.0, este que equipou a versão GT, de perfil esportivo.
A VW também importou rapidamente o Polo GTI, com motor turbo 1.8 de 150 cv, carroceria duas portas e o tradicional forro xadrez dos bancos (como no Golf GTI).
A primeira geração nacional do Polo ficou em linha até 2014. Ele retornou em 2017, já em sua sexta geração (na Europa). O modelo chegou com duas opções de motores 1.6 de 117 cv e o moderno 200 TSI 1.0 turbo de 128 cv.
Mais tarde, o Polo ganhou versão esportiva GTS, equipado com a unidade 250 TSI 1.4 de 150 cv e 25 kgfm de torque, para ocupar a posição de versão esportiva do hatch. No entanto, as vendas do Polo foram tímidas.
A virada veio no início de 2023 com a chegada do Polo Track, que foi desenvolvido para ser o sucessor legítimo do Gol, aposentado em 2022. A partir daí as vendas dispararam.
De janeiro a novembro de 2024, o Polo emplacou 126.709 unidades, segundo a Fenabrave. E ao redor do mundo, são mais de 20 milhões de carros produzidos, desde 1975.