
Abraçar marcas chinesas tornou-se tornou uma tendência entre fabricantes europeus e norte-americanos. Depois que a Stellantis confirmar a chegada da Leapmotor e a General motor confirmar a importação do Spark EUV (que na verdade é o Baojun Yep Plus), chegou a vez de a Renault abraçar uma marca mandarim.
A francesa fechou acordo com a Geely (que também é dona da Volvo, Lotus e Zeekr) para produzir e distribuir seus carros no Brasil. Os modelos chineses serão híbridos e elétricos, com produção no complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR).
Com o fim do casamento com a Nissan se aproximando, os franceses não perderam tempo e entrelaçaram com os chineses. A relação das duas marcas não é nova. Elas são sócias na Horse, fabricante de motores a combustão. Um de seus blocos inclusive está presente no Renault Kardian.
Composições com fabricantes chineses não são novidade. Inclusive para que marcas ocidentais, coreanas e japonesas pudessem operar na China, há algumas décadas, elas tinham que se vincular a uma marca local. E foi essa dobradinha que alavancou a indústria por lá.
Com seus imensos volumes de produção, as chinesas se tornaram parceiros de primeira hora de fabricantes tradicionais. Elas se tornaram referência em motores eletrificados e passaram a fornecer componentes para suas colegas estrangeiras.
Assim, marcas ocidentais conseguem diluir custos de produção e desenvolvimento com o suporte mandarim. Ao mesmo tempo utilizam seu prestígio para ajudar as chinesas a conquistar espaço em mercados que os asiáticos ainda patinam.
De volta ao Brasil
Com o acordo, a Geely retorna ao Brasil. A marca teve representação, entre 2014 e 2016, pelo mesmo grupo que representa a Kia. No entanto, a estratégia foi falha e logo os modelos deixaram de ser comercializados.
Por hora, nem Renault ou Geely definiram quais serão os modelos produzidos por aqui. Mas fato é que deverão ser carros que compartilharão componentes com os próximos modelos Renault. A marca francesa já anunciou que irá colocar em prática seu plano de eletrificação no país e certamente contará com itens fornecidos pela parceira.