O MUNDO É DELES

Salão de Xangai abre as portas e mostra o poder da indústria chinesa

Complexo de exposições de Xangai tem 16 pavilhões que correspondem a 50 campos de futebol

Marcelo Jabulas
Publicado em 26/04/2025 às 07:30.
 (Marcelo Jabulas)
(Marcelo Jabulas)

XANGAI (CHINA) - Superlativo é o vocábulo que define a China. Chegar até a terra dos pandas exige uma maratona aérea de pelo menos 30 horas. Trafegar pelo país exige modais que parecem ficção. Trens-bala e tudo mais que seus olhos registram é exagerado, volumoso e impressionante.

E tudo isso é uma mostra do complexo de exposições de Xangai, que tem nada menos que 16 pavilhões que correspondem a 50 campos de futebol. Lá dentro há centenas de marcas locais que intimidam as estrangeiras (norte-americanas, europeias e japonesas). 

Os “gringos” tentam copiar as tendências dos fabricantes chineses, o que demonstra uma grande inversão de comportamento. No passado eram eles que construíam carros de baixa qualidade com base em modelos ocidentais e nipôni-cos. Hoje, a história é outra.

Em Xangai, a palavra de ordem é eletrificar e automatizar cada vez mais o carro. Modelos sofisticados, repletos de telas e sistemas de radares tão precisos que conseguem medir milimetricamente tudo ao redor do carro.

Em um workshop da GWM, marca que irá inaugurar linha de montagem no Brasil até agosto, foi detalhado como funciona esse pacote de tecnologias. São quase 30 instrumentos que incluem uma profusão de câmeras, sensores de ultrassom, radares e o poderoso LiDAR, que é um sistema a laser que parece ter sido tirado de um filme de ficção.

Tudo isso consegue fazer uma varredura em tempo real do trânsito, localizar obstáculos e reagir a imprevistos. O mais curioso é que tudo isso está presente na maioria dos carros expostos no salão.

As telas também são outra mania. No Brasil e demais mercados ocidentais há uma resistência a agregar funções no multimídia, pois são mais confusos que usar botões físicos –faço parte desse coro.

Mas por aqui funções agregadas em telas são tendência. Os carros têm pouquíssimos comandos físicos. Tudo está disposto em monitores imensos. Alguns carros chegam a contar com seis telas. 

Sistemistas locais e ocidentais disputam a atenção dos visitantes para mostrar suas soluções em telas e sistemas que transformam carros em verdadeiros computadores. Ao lado deles, fornecedores exibem orgulhosos seus motores elétricos desmontados, muito mais simples, leves e potentes que um bloco a combustão.

Depois de caminhar mais de 30 quilômetros por dois dias pelos estandes de Xangai, só tive uma constatação: a era do xing-ling ficou para trás e quem ainda não acredita nisso será engolido.

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