Sobreviventes do milênio passado

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
04/06/2016 às 03:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:44
 (Renault/Divulgação)

(Renault/Divulgação)

No Brasil, automóvel demora a sair de linha. Basta lembrar que a Kombi foi vendida por aqui durante 53 anos e só “subiu no telhado” depois que o airbag e freios ABS passaram a ser itens de série obrigatórios. Se não fosse isso, certamente a Velha Guerreira ainda estaria se reproduzindo na fábrica de São Bernardo do Campo e convivendo com outros velhinhos como Fiat Mille e Gol (G4). Alguns representantes do milênio passado ainda continuam nos salões de vendas dos concessionários sem se importarem com a “foice” à espreita. 

O atual campeão de longevidade é o Chevrolet Classic. O modelo nasceu em 1995 como Corsa Sedan, mas trocou de nome quando a GM lançou a segunda geração do Corsa.

Já a dupla betinense Weekend (antigo Palio Weekend) e Siena estão na labuta desde 1997. Nas margens da BR-381, mais velhos do que eles apenas o Palio Fire, que ostenta a mesma carcaça desde 1996. E por fim, Renault Clio, segundo modelo da marca francesa produzido no Brasil, em serviço desde 1999, relegado à condição de modelo de entrada. Mas vale a pena investir nesses veteranos a beira do cadafalso?

 Chevrolet Classic (de R$ 32.670 a R$ 35.020)
A GM tem especulado sua morte há um bom tempo, mas ele continua firme e assistiu o falecimento de irmãos com Corsa, Corsa Sedan, Vectra, Agile e Celta. Para quem busca um sedã, é a opção mais barata do mercado. Pesa contra é sua arquitetura defasada, acabamento pobre e interior apertado. O modelo é oferecido apenas com a unidade 1.0 de 78 cv. Sua aposentadoria ainda é incerta.

Ar-condicionado e direção hidráulica, mas pode ser equipado com vidros dianteiros elétricos e rádio.

 
Com a missão de aposentar o Prêmio, o Siena chegou ao mercado em 1997 e teve uma grande variedade de versões e motores. Atualmente o modelo pode ser equipado com motor 1.0 de 75 cv ou 1.4 de 86 cv. Seu ponto forte é o volume do porta-malas com 500 litros, mas assim como o Classic peca pela arquitetura velha, acabamento simples e lista de itens série precária. Rumores apontam cadafalso para este ano.

Somente o obrigatório, mas pode ser equipado com ar-condicionado e direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos e rádio com MP3 e CD, dentre outros.

 Fiat Weekend (de R$ 52.420 a R$ 73.824)
O Weekend chegou ao mercado em 1997 para suceder a Elba. A peruinha é uma das únicas opções do mercado e só concorre com Space Fox da VW. Com três versões (Attractive, Trekking e Adventure) cada um com seu motor, 1.4 (85 cv), 1.6 (115 cv) e 1.8 (132 cv), na ordem, também peca pelo projeto antigo. A perua baterá as botas até 2017.

Paupérrimo, segue o mesmo esquema do Siena, mas pode receber ar-condicionado, computador de bordo, direção hidráulica, rádio com MP3, CD e Bluetooth, rodas de liga-leve, vidros elétricos nas quatro portas, dentre outros.

 
O Clio foi um modelo revolucionário em 1999, o que forçou uma reação das quatro grandes (Fiat, Ford, GM e VW). Seu projeto era moderno e tinha motores potentes e conteúdo farto, inclusive airbag (que só se tornou obrigatório 15 mais tarde). Mas a maturidade não fez bem ao francês, que empobreceu ano após ano. Prestes a ser substituído pelo Kwid, o Clio tem o melhor conteúdo de série entre os veteranos.

Ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, computador de bordo, conta-giros e rádio.

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