Rei solitário

Último sedã médio nacional, Corolla confia no lastro da Toyota diante de rivais importados

Carrão é o mais vendido do mundo, com mais de 50 milhões de unidades produzidas

Marcelo Jabulas
Publicado em 08/09/2024 às 12:23.

O título que ilustra esta matéria não é obra de minha criatividade. Na verdade, foi uma frase dita há três dias por um motorista executivo que me transportava do aeroporto de Campinas até Tatuí, no interior paulista. 

Ele dirigia um Ford Fusion de segunda geração, um carro que há muito já foi descontinuado, mas ainda é um modelo requisitado por empresas de transporte executivo. A frase veio durante a conversa entre o aeroporto e o destino final.

Um papo sobre a escassez de bons sedãs para esse tipo de atividade. E claro que o Toyota Corolla entrou na pauta rapidamente, principalmente pelo fato de termos acabado de testar a versão Altis Hybrid 2024. “Quem tem um Corolla não diz ‘meu carro’. Geralmente diz ‘o meu Corolla’. É diferente”, comenta o motorista. 

De fato, o Corolla é um fenômeno global. É o carro mais vendido do mundo, com mais de 50 milhões de unidades produzidas. Por aqui não seria diferente: ele chegou com a abertura das importações, mas logo se tornou uma febre com a produção local, em Indaiatuba (SP). Depois disso, tornou-se líder inabalável no segmento de sedãs e viu concorrentes locais saírem de cena para dar lugar a importados. 

E hoje, até os importados sumiram. O motivo é a dinastia do SUV. Os grandalhões estão por toda parte e correspondem a mais de um terço das vendas globais. Não dá para lutar contra a máquina registradora.

Mas o Corolla resiste e fomos testar novamente o sedã mais vendido da história. Guiamos a versão Altis Hybrid Premium, que tem como cereja do bolo o conjunto híbrido que combina unidade 1.8 de 101 cv e 14,5 kgfm de torque com um módulo elétrico de 72 cv e 16,6 kgfm, mas com potência combinada de 122 cv e torque combinado não divulgado.

É uma conta diferente das demais marcas que somam tudo e transformam qualquer híbrido num Porsche 911. Mas há uma razão. Cada motor atua de forma independente e poucas vezes trabalham de maneira simultânea. O motor elétrico entra para sustentar velocidade estável ou ajudar numa ultrapassagem.

Já o motor flex trabalha boa parte do tempo e ajuda a carregar as baterias de 1,3 kWh. Tudo isso é ligado a uma transmissão do tipo CVT, com marcha única. Ela ajusta a relação de acordo com a necessidade de potência (velocidade) e torque (aceleração).

Claro que o Corolla híbrido não é um carro de fortes emoções. Seu comportamento é moderado. No entanto, sua proposta é eficiência e suas médias urbanas chegam a 18,5 km/l, com gasolina, e 12,8 km/l, com etanol, segundo o Inmetro.

São números impressionantes. Rodamos com etanol num combinado entre rodovia e ciclo urbano e a média foi de 11,5 km/l. Uma média que dificilmente se consegue com um hatch popular.

Conteúdos do Corolla

O Corolla topo de linha é um carro bem equipado. Conta com quadro de instrumentos digital, climatização eletrônica, multimídia com conexão para smartphones e câmera de ré. A tela ainda exibe os dados de funcionamento do conjunto híbrido em tempo real.

Ele oferece ajuste elétrico do banco do motorista, teto solar, revestimento em couro, assistentes de condução e seis airbags. Só faltou mesmo o freio de estacionamento elétrico para ficar redondinho.

O Corolla ainda se destaca pela excelente montagem e ótimo espaço interno. Além de um rodar suave. Dá para entender porque quem tem não fala que tem um carro, mas um Corolla.

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