SUPERCARRO

Voltamos a acelerar o Audi RS6 Avant, no lugar que a perua se sente mais à vontade, na pista

Marcelo Jabulas
@mjabulas
26/08/2023 às 20:43.
Atualizado em 05/09/2023 às 20:46
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

SÃO PAULO – Não escondo de ninguém que sou um apaixonado pelas peruas. Esse conceito de carroceria com teto longo e bagageiro integrado ao habitáculo me fascina desde criança. Era apaixonado pela Chevrolet Caravan, vinho, do meu tio Manolo, que depois se tornou ferrugem nas mãos de cupim do tio Lito.
 
Mas comprar uma perua se tornou algo impossível no Brasil. Este ano apenas 23 unidades foram emplacadas e todas da Audi RS6 Avant, como informa o boletim de emplacamentos da Fenabrave. Para se ter uma idéia, vende-se mais McLaren Artura (30 carros) do que peruas.
 
Trata-se de uma campanha de extermínio que iniciou no fim dos anos 1990 com os monovolumes e foi sacramentado pelos SUVs na última década. Mas SUV nenhum, nem mesmo um Porsche Cayenne entrega o comportamento dinâmico que uma perua de alto desempenho oferece.
 
E voltamos a acelerar a RS6. A última vez foi há mais de cinco anos. De lá para cá a perua evoluiu ainda mais. Ela é oferecida em duas versões: a básica com motor de 600 cv e a Performance, com 630 cv.
 
Diante daquela grade e faróis ameaçadores, os para-lamas alargados para caber enormes pneus de 21 polegadas e tala de 275 mm, pouco importava se era a versão de 600 ou 630 cv. O que eu sabia era que sob o capô tinha um V8 biturbo 4.0 que despejava pelo menos 81 kgfm de torque nas quatro rodas graças ao sistema de tração integral Quattro.
 
Sentado ao volante, foi necessário esperar outros carros que estavam na pista terminar o percurso. Foram alguns minutos de intimidade com essa máquina de poucos amigos, que responde imediatamente pelas imensas ponteiras de escape quando provocada no acelerador.
 
Depois de eternos quatro minutos, saímos dos boxes, contornamos até entrarmos já na reta oposta de Interlagos. A ordem era pisar com tudo no acelerador. A RS6 respondeu na hora, ignorou suas 2 toneladas de peso.
 
Ao entrar na sequência de curvas, a perua bailou como se integrasse o Bolshoi. Ao alinhar na reta dos boxes o número 215 brotava no para-brisas. Era minha velocidade, na linha dos 150 m para o S era preciso pisar com força para os gigantescos freios conterem a fúria do V8.
 
Mais duas voltas, cada vez mais confiante, e a RS6 me devolveu aos boxes, após me conduzir num tango truculento. Malditos sejam os SUVs.

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