Venda de cerveja no Mineirão divide a opinião de torcedores

Wallace Graciano - Hoje em Dia
17/06/2013 às 18:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:12

Vedada desde 2008, a comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios voltou a ser permitida durante a Copa das Confederações e do Mundo, como uma das medidas da polêmica Lei Geral da Copa. Muitos torcedores aproveitaram a liberação para beber uma cerveja no entorno e dentro do Mineirão. Porém, o assunto foi tema de polêmica até mesmo por quem é apreciador de uma “gelada”. 
  Os arredores do Mineirão sempre foram um refúgio para quem tentava apreciar uma “breja” gelada antes das partidas em período de “Lei Seca” dentro das arenas. E foi lá que encontramos o funcionário público Henrique Campolina, de 42 anos, que frequentava o Gigante da Pampulha desde o período em que a “loura” era liberada.   Podendo apreciar uma cerveja livremente dentro e fora dos estádios durante a Copa das Confederações e do mundo, ele se diz satisfeito pela medida, mas destaca que também é preciso coibir o excesso. “ Sou assíduo no Mineirão desde meus 18 anos, sempre tomando minha cerveja. Fiquei triste com essa determinação de proibir o consumo dentro dos estádios. Por isso quero agradecer à Fifa de me deixar tomar uma (cerveja) gelada e ver o jogo. É lógico que o excesso tem que ser coibido, mas não é eliminando uma cerveja no futebol que vamos acabar com a violência”, avalia o funcionário público.   Seu maior questionamento é sobre a permissividade ao redor do estádio, o que, segundo ele, não mudou muito o comportamento do torcedor. “Dentro do estádio não vende, mas no entorno continua. Foi proibida, mas ela continua presente. Mas vemos que ainda há violência. Vejo que foi mais uma medida paliativa, uma demagogia coibir uma coisa que não era o problema. É preciso tomar várias medidas para se resolver a violência, não somente coibir uma bebida alcoolica”, aponta.   Amigos divergem    O copo de cerveja gelada foi bem vindo para o engenheiro Mário Castro, de 43 anos. Ele não escondeu a satisfação de tomar uma “gelada”. Porém, disse ser contra a comercialização da bebida em grandes eventos que não tenham um aparato de segurança como o desta segunda-feira.   “Hoje o jogo é pequeno. Viemos para a festa. Não há tensão e há muita segurança. Mas sou contra a cerveja em grandes jogos. É um pavio para estourar. Homem, futebol, mulher e birita não dá certo, né? Altera os ânimos. É briga na certa”, avalia.   Seu amigo, o advogado Felipe Nogueira, de 42 anos, discorda sobre a proibição de cerveja em grandes eventos. Porém, para ele, é preciso ter um controle sobre quem comete atos violentos. “A bebida tem que ser liberada, mas com uma punição severa para quem cometer algum delito. Prendeu alguém com excesso de cerveja, deixa ele longe dos estádios por um ano, como é feito com CNH”, avalia.   A venda de bebidas está vedada desde 2008, após uma orientação do CNPG (Conselho Nacional de Procuradores Gerais do Ministério Público da União). Em estudo, eles constataram que a não comercialização de bebidas durante as partidas diminuiu em até 70% os níveis de violência entre torcedores.   Apesar da proibição de venda, a bebida é facilmente encontrada nos arredores dos estádios. Curiosamente, há publicidade desses produtos dentro das arenas. 

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