A descoberta de irregularidades na estrutura do viaduto Gil Nogueira, na avenida Pedro I, reacendeu nos vereadores de oposição a possibilidade de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Belo Horizonte, para apurar as circunstâncias da queda e dos problemas apresentados nas outras estruturas.
O vereador Adriano Ventura (PT) acredita que a melhor forma de verificar o que está acontecendo é a instauração da CPI. “Por meio dela temos poder de convocação dos secretários, agentes públicos e das empresas que prestaram serviço no projeto e obra”, afirmou.
Já Gilson Reis (PCdoB) informou que os parlamentares da oposição pretendem se mobilizar para recolher as assinaturas suficientes para instauração da Comissão. São necessárias 14, o equivalente a um terço da Casa.
“Há vários órgãos fiscalizando esses problemas e penso que a Câmara, enquanto fiscalizadora do Executivo, tem o dever de abrir uma CPI”, destacou. Para ele, as obras que deveriam resolver os problemas da mobilidade urbana na capital, “se tornaram um peso para a sociedade”.
No ano passado alguns parlamentares tentaram mobilizar os colegas para abertura da Comissão, mas não conseguiram nomes suficientes. Este é o terceiro viaduto da Pedro I que apresenta problemas. Em fevereiro do ano passado, o Montese precisou ser interditado. Em julho, o Batalha dos Guararapes desabou matando 2 pessoas e ferindo 23. Agora, também foram constatados problemas estruturais no Gil Nogueira.
Para Arnaldo Godoy (PT) a sucessão de falhas indica que algo está errado, seja no projeto, execução ou fiscalização das obras. “Uma CPI é pertinente e necessária. Temos que apurar as responsabilidades”, opinou.