Rompido com o governador Fernando Pimentel (PT) e líder da ala do PMDB a favor de uma candidatura própria para o Estado, o vice-governador Antônio Andrade negou, nesta sexta-feira (25), que a atual divisão na sigla possa causar problemas nas eleições do ano que vem. "Temos ideias divergentes, como todos os partidos. Mas, diferente dos outros, o PMDB discute as divergências de portas abertas e sempre vai unido para as eleições", declarou, após reunião da executiva mineira na sede peemedebista em Belo Horizonte.
"Acredito e trabalho para que o PMDB tenha candidatura própria. É o maior PMDB nacional e temos bons nomes, como (Rodrigo) Pacheco, Adalclever (Lopes), eu, Josué (Alencar), Leonardo Quintão", especulou o vice-governador, que também bancou a manutenção de Pacheco, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, nos quadros do partido.
"Tem assédio ao PMDB porque temos bons nomes", disse Andrade. Recentemente, aproximações entre Pacheco e o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB-MG) alimentaram rumores de que o peemedebista poderia estar de mudança para a sigla tucana caso não tenho sucesso em bancar uma candidatura ao governo do Estado dentro do próprio partido. "O Pacheco não poderia sair de forma nenhuma", reforçou Andrade.
Uma aliança tanto com os tucanos quanto com o PT, no entanto, não foi descartada pelo vice de Pimentel. "O partido que pensar parecido como o PMDB, que quiser ter as diretrizes do PMDB, pode compor. O PMDB é um partido de centro, pode compor tanto com a esquerda quanto com a direita", disse o presidente estadual da sigla.
Andrade também se limitou a dizer que não faz parte do governo e que foi afastado das decisões por ter opinião "destoante". "Não dou palpite nenhum no governo. Até o ano passado, eu fazia. Mas, infelizmente, eu fui destoante dentro da coligação, então me botaram pra fora. Demitiram todos meus cargos e me botaram pra fora", disparou. Segundo ele, há uma relação de cordialidade entre os dois. "Nos cumprimentamos".