SÃO PAULO - A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre negou nesta quinta-feira (29) habeas corpus ao vice-presidente afastado da Confederação de Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Assuero Veronez. Com a decisão, por 2 votos a 1, ele poderia voltar a ser preso ainda nesta quinta.
Veronez e outro pecuarista, Adalho Cordeiro de Araújo, foram presos no último dia 2 sob suspeita de envolvimento em um esquema de exploração sexual de adolescentes em Rio Branco (AC).
Eles ficaram quatro dias presos e conseguiram uma liminar que permitiu que respondessem pelas acusações em liberdade.
Nesta quinta-feira (29), foi apreciado o mérito do habeas corpus. Apenas o desembargador Francisco Djalma, que havia soltado Veronez e Araújo, votou pela manutenção da liminar de soltura.
O advogado dos pecuaristas, Emilson Brasil, afirmou que vai recorrer. "A liminar antes concedida estava fundamentada em decisões do STF [Supremo] e do STJ [Superior Tribunal de Justiça]", disse Brasil.
Segundo ele, pesou na decisão dos desembargadores "o clamor popular" para que os dois fossem presos. "Não sabem ainda hoje sequer se as imputações são verdadeiras", afirmou.
O advogado disse que não fala com seus clientes há mais de dez dias, mas garantiu que eles estão em Rio Branco. Os mandados de prisão preventiva já foram expedidos pela Justiça.
As prisões dos pecuaristas ocorreram após operação que prendeu, em 17 de outubro, seis pessoas suspeitas de aliciar adolescentes para a prática de orgias em residências e motéis da capital acriana, segundo a Promotoria.