Violência prossegue no Iraque: 195 mortos em 4 dias

AFP
26/04/2013 às 16:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:11

KIRKUK, Iraque, 26 Abr 2013 (AFP) - Quatro pessoas morrerram em atentados nesta sexta-feira (26) contra mesquitas sunitas de Bagdá e seus arredores, no quarto dia de uma onda de violência no Iraque relacionada a manifestações contra o governo. No total, 195 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas desde terça-feira no Iraque, muitas delas em confrontos entre as forças de segurança e sunitas.

Nesta sexta-feira (26), quatro pessoas morreram e 50 ficaram feridas em ataques contra quatro mesquitas sunitas de Bagdá e seus arredores, informaram fontes médicas e o ministério do Interior. Os atentados foram cometidos depois da oração semanal de sexta-feira. O ataque mais grave aconteceu na na mesquita Al Kubaisi, sul de Bagdá, e matou quatro pessoas, além de ter deixado 36 feridos.

Ao norte da capital, duas bombas provocaram pelo menos 11 feridos perto das mesquitas Al-Shahid Yusef e Malikal Asht. Outra bomba feriu três pessoas perto da mesquita de Al Razaq. Paralelamente, as forças de segurança iraquianas retomaram nesta sexta-feira o controle da cidade de Suleiman Bek, tomada na quarta-feira por homens armados que aceitaram deixar o local. Os homens armados deixaram a cidade, na província de Salahedin, depois de um acordo com a mediação de chefes tribais e de autoridades do governo, anunciaram Shalal Abdul Baban, funcionário da administração local, e Ahmed Aziz, diretor adjunto do conselho municipal de Suleiman Bek.

Grupos armados assumiram o controle da cidade de maioria turcomana sunita na quarta-feira, depois de combates violentos com as forças de segurança. De acordo com o general Ali Ghaidan Majid, 175 homens invadiram Suleiman Bek: 25 supostos membros da Al-Qaeda e 150 do "Exército de Naqchbandis", um grupo rebelde que faz oposição violenta ao governo e com atuação na região de Kirkuk. O grupo conta entre seus integrantes com ex-oficiais do exército de Saddam Hussein.

O exército anunciou que uma operação na terça-feira em Huweijah, a origem da onda de violência, tinha como alvo o Exército de Naqchbandis. Nesta sexta-feira, sete homens morreram em confrontos com as forças ofifiais em Kirkuk (norte). A violência começou na terça-feira em Huweijah (norte), quando a polícia atuou durante uma manifestação sunita, que protestava contra o primeiro-ministro Nuri al-Maliki. A confusão deu início aos confrontos entre manifestantes e oficiais, seguidos pelos ataques de represália contra as forças de segurança em várias regiões.

Manifestantes sunitas exigem a renúncia de Maliki, um xiita acusado de centralizar o poder e marginalizar os sunitas. Abdelghafur al-Samarrai e Saleh al-Haidari, dois líderes religiosos que comandam fundações sunita e xiita, respectivamente, advertiram contra um conflito religioso e pediram aos partidos políticos que acabem com a violência.

O Iraque passou por uma onda de violência religiosa entre 2006 e 2007, que deixou milhares de mortos após um atentado contra um local sagrado xiita em Samarra.
 

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