O Tribunal do Júri de Rio Bonito (RJ) condenou na noite desta quinta-feira (15) a ex-cabeleireira Adriana Ferreira de Almeida a 20 anos de prisão por mandar matar o marido Renné Senna, 54, que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena.
Adriana foi condenada por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem chance de defesa, praticado contra Renné. Na sentença, o juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser decretou a prisão preventiva da ré e descartou a possibilidade dela recorrer em liberdade.
Segundo o magistrado, Adriana não foi localizada em mais de um endereço durante as tentativas de intimação para o julgamento. "Entendo que a acusada, ao menos por ora, se encontra em local incerto e não sabido. Nesta linha, vislumbro risco concreto à aplicação da lei penal, se mostrando presente a probabilidade de fuga", disse.
Adriana Ferreira de Almeida tinha sido absolvida pelo Conselho de Sentença de Rio Bonito, em dezembro de 2011. À época, a promotora Priscila Naegele se disse surpresa com o resultado devido à "consistência" das provas e prometeu recorrer.
O Tribunal de Justiça do Rio decidiu, em abril 2014, submeter Adriana a um novo júri. Os desembargadores acolheram a tese da Promotoria de que a decisão dos jurados foi contrária à prova dos autos.
Morte
Senna foi morto em janeiro 2007, dois anos após ganhar o prêmio de R$ 52 milhões na Mega-Sena. A viúva teria se aliado a uma amiga e a quatro ex-seguranças do milionário para cometer o crime.
Deficiente físico -Senna teve as duas pernas amputadas por causa da diabetes-, o ex-lavrador foi morto com quatro tiros na cabeça em um bar em Rio Bonito. Adriana era apontada como a mandante do assassinato.
O ex-PM Anderson Sousa e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira, acusados de serem os autores dos disparos, foram condenados, em julho de 2009. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime. A outra ré no processo, amiga de Adriana, foi absolvida.