Há quem proteste, mas recall é mal necessário. Melhor com ele do que sem ele e por isso já foi até regulamentado pela nossa legislação. Recall é quando a fábrica chama de volta à concessionaria o modelo novo em que se detenha detectado algum defeito relacionado à segurança. Pode ser a substituição de algum componente ou apenas uma interferência numa regulagem ou software. Ao contrário do que muitos pensam, recall não se aplica a problemas que não envolvem segurança. Defeito na bateria, no revestimento do volante ou do banco podem ser corrigidos na concessionária quando o carro for levado para a revisão. Sem necessidade de se divulgar pela mídia, ou seja, não se caracteriza como um recall.
No caso do recall, a fábrica deve anunciá-lo pelos veículos impressos ou eletrônicos de comunicação. O carro pode ser levado a qualquer concessionária da marca para o reparo gratuito. Embora se anuncie prazo de 180 dias, ele pode ser realizado em qualquer data, durante toda a vida útil do automóvel.
Entretanto, são preocupantes as informações das fábricas de que o volume de automóveis levados às concessionarias para o recall é pouco superior à metade dos modelos envolvidos.
Existem, portanto, milhões de automóveis rodando por ai que colocam em risco a integridade dos ocupantes. São cintos de segurança com problemas de fixação, possibilidade de vazamento de combustível com riscos de incêndio, fixação deficiente de rodas, eixos ou componentes da suspensão e outros do gênero.
A despreocupação do dono do veículo com sua própria segurança é tamanha que teve o caso extremo do Volkswagen Fox, que apresentou um problema no rebatimento do banco traseiro. Qualquer descuido do motorista ao rebaixá-lo (para aumentar o espaço do porta-malas) poderia ferir ou até decepar um pedaço de seu dedo. Depois de alguns acidentes, a fábrica preparou um peça para ser encaixada no mecanismo de articulação do banco e evitar o acidente.
Pois nem mesmo a gravidade do problema convenceu todos os donos do Fox a levá-lo para o reparo nas concessionárias. Portanto, quem compra um carro usado de qualquer marca deve consultar a fábrica se o modelo foi envolvido num recall. E verificar, pelo número do chassis, se aquela unidade foi reparada. A chance de não ter sido, não se esqueça, é de quase 50%...