Wanderlino Arruda: uma vida inteira dedicada às letras e às histórias

Por Adriana Queiroz

10/06/2017 às 09:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:05

Wanderlino Arruda é mineiro de São João do Paraíso, nascido em 3 de setembro de 1934, formou-se em Contabilidade, Letras e Direito, com pós-graduação em Linguística, Semântica e Literatura Brasileira, e especialização em Comunicação Social e Metodologia de Ensino Superior. É casado com a artista plástica Olímpia Rego Arruda e é pai de sete filhos e doze netos.

Membro da Academia Montes-clarense de Letras desde 1976, foi duas vezes presidente da entidade. Agora, é presidente de honra e secretário. Fundador e primeiro presidente da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas. Fundador e primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Sócio Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.

Desde 1954, trabalha como jornalista. Atuou no Jornal de Montes Claros e em diversos jornais da cidade, também com publicações em revistas. Ao todo, são quatorze livros publicados: dois em inglês, um em espanhol e onze em português. No Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, atuou diretamente na publicação de dezoito livros, com cerca de 3.000 páginas de história de Montes Claros e da região norte-mineira.

Sobre a Montes Claros de outrora e a de hoje, ele conta que em 1951, início da administração do prefeito Enéas Mineira de Souza, só havia duas ruas pavimentadas com pedras.

“A cidade terminava na Santa Casa, na Vila Brasília, no fim da Rua Bocaiuva, no Rio Vieira e na Praça Itapetinga. Três escolas secundárias, sem curso científico. Dois jornais:

Gazeta do Norte e Jornal de Montes Claros. Uma rádio - ZYD-7, Rádio Sociedade do Norte de Minas. Cerca de 30.000 habitantes, em contraste com os quase 400.000 de hoje, uma cidade universitária e movimentado centro regional nas áreas da saúde e de serviços.

Como relação a atual crise política brasileira sob uma perspectiva histórica, ele diz que sempre houve corrupção.

“Ao tempo de JK, diziam que era, no máximo, de 5%, infinitamente menor do que agora. Vivemos um processo de mudanças (Justiça), que pode transformar para melhor”, diz.

Espaços segmentados na web têm oxigenado a vida cultural moderna: são blogs literários, revistas especializadas e também os canais dos booktubers. Para Wanderlino, a internet e as mídias provocam uma grande mudança. “As pessoas hoje podem escrever e dar opiniões, mesmo conhecendo pouco, ou tendo pouca competência, conta”.

Sobre seus livros, artigos e publicações, grande parte é de crônica e poesia.

“Normalmente as crônicas podem ser aceitas como história, já que falam de pessoas e acontecimentos. A poesia é de natureza romântica e com feição moderna” diz.

Wanderlino foi professor durante 23 anos na Faculdade de Filosofia (Unimontes) nas áreas de Língua Portuguesa e Linguística. Atuou também na Faculdade de Direito, no ensino de oratória. Nestas atividades, muitas foram as orientações de trabalhos acadêmicos.

Atualmente terminou de ler dois livros (cerca de 1.300 páginas) sobre o apóstolo Paulo de Tarso.

“Gosto de tudo que é literatura brasileira e portuguesa. Meus autores preferidos: Humberto de Campos e Guimarães Rosa”.

Com relação ao atual momento da crise política, ele diz que é importante ter paciência, porque o noticiário muda em questão de minutos.

“Há muita gente (incluindo autoridades) querendo aparecer, sem preocupação com o futuro do Brasil. Espero que o fim não esteja muito distante, pague quem tiver que pagar”.
Ele prossegue:

“Em verdade, nunca ouvimos falar de tantos milhões e da facilidade com que governantes vivem e aperfeiçoam o crime organizado. Bom é que ainda existem pessoas sérias e com capacidade de trabalho”.

A cidade terminavana Santa Casa, naVila Brasília, no fimda Rua Bocaiuva,no Rio Vieira ena Praça Itapetinga

  

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