Zurich ameaça deixar Confins caso voos de grande porte retornem à Pampulha

Lucas Borges
11/12/2018 às 20:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:31
 (Divulgação)

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A Zurich Airport,um dos braços da BH Airport – concessionária que administra o aeroporto de Confins – ameaça vender a parte dela na concessão do terminal caso a Justiça autorize a volta dos voos de grande porte ao aeroporto da Pampulha. A afirmação foi feita ontem pelo CEO da empresa suíça, Stefan Conrad, que esteve em Belo Horizonte para tratar de negócios envolvendo a BH Airport e a viabilização de novas rotas. O Grupo CCR também faz parte da concessão. 

Em evento com representantes do setor, Conrad afirmou que a Zurich Airport aguarda a determinação da Justiça em relação à reativação dos grandes voos na Pampulha, mas que essa possibilidade já compromete os investimentos no aeroporto de Confins, previstos em contrato, especialmente nas áreas de embarque e em melhorias que visem a aumentar o conforto do passageiro. 

O diretor-executivo ainda condiciona a construção da segunda pista em Confins, também prevista no acordo de concessão, ao imbróglio envolvendo o terminal da Pampulha. 

Segundo a Zurich, o aeroporto de Confins tem capacidade para transportar 20 milhões de passageiros por ano e que, atualmente, recebe 10 milhões. A empresa afirma que se a Pampulha voltar a receber os jatos de grande porte, Confins perde mais de dois milhões de usuários por ano, o que inviabilizaria futuros investimentos no terminal. 

Caso esse cenário se concretize, a Zurich afirmou que pretende vender sua parte na concessão, considerando que a operação em Confins se tornaria inviável. Conrad considerou uma questão política a possível volta dos voos na Pampulha . 

Procurada pela reportagem para comentar as declarações do CEO da Zurich Airport, a Infraero, estatal que administra o aeroporto da Pampulha, não se posicionou até o fechamento desta edição. 

Já a BH Airport afirmou que não vai comentar o assunto.

Imbróglio
Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) publicou uma decisão cautelar proibindo voos comerciais interestaduais na Pampulha até que o caso seja julgado. Não há previsão de quando processo vai volte à pauta. 

Entretanto, apesar de não anular o efeito prático da decisão do TCU, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, em setembro, uma portaria autorizando o terminal a receber aeronaves classificadas como 4C, que têm capacidade para carregar mais passageiros.

 

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