Árbitro ferido, chutes e copo d'água voador: tumulto marca fim do jogo em Chapecó

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
02/06/2017 às 00:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:54
 (Reprodução)

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Dentro de campo o Cruzeiro alcançou o seu objetivo na noite desta quinta-feira (1º), segurou a Chapecoense, empatou em 0 a 0 na Arena Condá e se classificou às quartas de final da Copa do Brasil. Fora das quatro linhas, após o apito final do árbitro Péricles Bassols Cortês, uma confusão generalizada tomou conta do gramado, arquibancadas e dos bastidores do estádio de Chapecó. 

A confusão começou com os torcedores da Chapecoense criticando a arbitragem e gritando vergonha, após o juiz encerrar o confronto. Os gritos inflamados aconteceram pelos gols anulados, um pela posição de impedimento do zagueiro Luiz Otávio, e outro por uma suposta falta de Victor Ramos em Hudson, antes de Wellington Paulista empurrar a bola para o gol de Fábio. 

A situação começou a ficar mais urgente quando um objeto lançado das arquibancadas atingiu o quarto árbitro Evandro Tiago, e deixou a região abaixo do olho esquerdo do profissional do apito com um sangramento aparente. O técnico Vagner Mancini, da Chape, precisou deixar o gramado sob escolta dos militares e protegido pelos escudos do batalhão de choque, devido aos inúmeros objetos lançados no campo. Um torcedor foi identificado e detido. 

O epicentro da confusão aconteceu nas proximidades dos vestiários de ambas as equipes. Na entrada do local onde o Cruzeiro estava abrigado, dirigentes e jogadores da Chapecoense pressionavam os cruzeirenses, que precisaram forçar a barra para se proteger. Tanto que o lateral-esquerdo Diogo Barbosa foi flagrado arremessando um “copinho de água” em pessoas ligadas ao time catarinense. Nessa hora o técnico Vagner Mancini se exaltou e chutou a porta do vestiário estrelado. 

Em sua entrevista coletiva, Vagner Mancini pediu desculpas pelos episódios de selvageria acontecidos na Arena Condá após o jogo. 

O que se viu principalmente na área dos vestiários da Arena Condá foi um empurra, empurra de jogadores e dirigentes, com a Polícia Militar de Santa Catarina tentando amenizar a confusão. Policiais do choque após toda a baderna ficaram de prontidão na porta do vestiário celeste, que teve uma espécie de biombo totalmente destruído. 

O vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin, presente ao estádio, ainda deu mais detalhes daquilo que pode ter sido interpretado de forma equivocada pelos dirigentes da Chapecoense. 

“Um atleta nosso e alguém da nossa comissão técnica falaram sobre os acréscimos (minutos pós-termino do período regulamentar), que foram exagerados. O presidente da Chape achou que estavam falando dele, reagiu e começou o bate-boca. Foi um fato lamentável, mas sem maiores consequências. A porta do nosso vestiário foi chutada várias vezes, mas ninguém se machucou. Começou a discussão, vieram os jogadores da Chape e acharam que tinham sido ofendidos. Foi um mal-entendido, mas está superado e o que fica é que estamos felizes pela classificação”, explicou, tentando colocar panos quentes na confusão.

O capitão do Cruzeiro, o goleiro Fábio, estava no gramado quando a confusão começou. 
Fabio “Só vi muita gente, empurra, empurra de lá, de cá, e todo mundo foi para o vestiário depois da confusão”, comentou, dando mais detalhes do momento em que a confusão se formava perto dos vestiários.

“Estava conversando com os amigos, cohecidos de muito tempo que hoje jogam na Chape. Estava dentro de campo, vi a correria e quis evitar algo pior, evitar que alguém se machucasse, e tentei separar. Não vi o principio da confusão e vim para evitar algo pior, para que ninguém se machucasse”, resumiu. 

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