Ex-presidente da Federação Mineira de Handebol rebate sucessor e nega ter deixado dívida milionária

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
27/09/2016 às 14:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:00
 (ABESC/Divuglação)

(ABESC/Divuglação)

Desde o fim dos Jogos Rio-2016, o Hoje em Dia tem mostrado a realidade dos esportes olímpicos em Minas Gerais. Na seção, intitulada Tóquio 2020 e publicada aos sábados, a reportagem conversa com atletas, presidentes de federações e com outros personagens que compõem o cenário destas modalidades.

Na primeira edição, publicada em 3 de setembro, o esporte abordado foi o handebol. Em contato com o presidente da Federação Mineira, Cláudio Dias, foi questionada a situação financeira da entidade e a realidade da modalidade em terras mineiras.

De acordo com Dias, que assumiu a Federação em 2012, o primeiro mandato serviu para colocar ordem na casa e negociar o  pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 1 milhão, deixada pelo antecessor Paulo Sérgio Robusto.

Robusto, por sua vez, contesta o valor através de documentos apresentados ao HD. Além disso, o ex-presidente da FMH, que atualmente atua como diretor juríco da Confederação Brasileira, contesta informação passada por Cláudio de que a Federação só recebe apoio financeiro dos filiados e do governo. Segundo Robusto, a entidade maior do país envia cerca de R$ 2 mil mensais à entidade mineira.

Confira abaixo o texto de direito de resposta escrito por Paulo Sérgio Robusto:

Ao contrário do que foi afirmado pelo entrevistado, o mesmo não assumiu a entidade com uma dívida de aproximandamente 1 milhão.

I) - Dívidas Municipais

No meu segundo mandato, o município de BH ajuizou ação de execução fiscal que após setença desfavorável em última instância, a entidade alcançou por meio de decisão administrativa exarada nos autos em 10/05/2012 nos autos do processo administrativo Nº 01.175.645111-46, por mim instaurado e devidamente fundamentado no ano de 2011, a remissão do crédito tributário.

Igual êxito não fui logrado face a cobrança dos honorários devido aos procuradores do município que atuaram no processo.

Portanto, no tocante dos tributos municipais restou o pagamento no valor de R$ 88 mil mencionado na matéria.

II) - Débitos Trabalhistas

Afirmo e junto provas da inexistência de qualquer débito trabalhista. O entrevistado e o diretor jurídico da entidade confundem por desconhecimento ou por conveniência débito trabalhista com acerto rescisório, obrigação de quem demite funcionários.

As ações trabalhistas foram arquivadas, conforme demonstra o termo de audiência da 25ª vara do trabalho do dia 8/8/2012. Na referida data, o atual presidente ainda não havia efetuado o acerto recisório dos funcionários que haviam sido demitidios em março do referido ano. Fato que motivou a orientação do sindicato para o ajuizamento da ação, face a grave violação dos seus direitos pelo empregador.

III) - R$ 1 milhão x R$ 19.030,53

Causa estranheza o valor afirmado e a ausêcia de instrumentos administrativos e jurídicos condenatórios (auto de infranção, termo de parcelamento e sentença condenatória) que demonstrem entre o anos de 2014 e a presente data a diferença entre o valor informado pelo entrevistado e o valor da ação de reparação por danos materiais contra mim ajuizada em novembro de 2014 e que se encontra em curso junto à 11ª vara cível de Belo Horizonte, cuja inicial  menciona em uma planilha  os eventuais  prejuízos a serem ressarcidos.

Efetuei em 01/03/2012, conforme demonstra o estatuto, a solenidade de transmissão de carro que lamentavelmente não contou com a presença do atual presidente.

Afirmo com a mais absoluta convicção e com base nos documentos que passo às mãos do editor deste jornal, que os números apresentados são mentirosos.

Portanto,  a meu juízo,  o atual  presidente  incorre  em falta  grave,  ao não ajuizar a nova ação de reparação de danos matérias para ressarcimento dos R$ 981 mil restantes das dividas deixadas pela gestão anterior.

Os débitos  com funcionários,  fornecedores  e com órgãos  fazendárias do município, estado e União  foram informados  por meio  de planilhas que foram recebidas pelo vice-presidente  que o representou , uma vez que o mesmo não  compareceu  à  cerimónia  de transmissão  do cargo.


Confira alguns dos documentos apresentados pelo ex-presidente da FMH ao Hoje em Dia:

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