Joanna Maranhão admite posts discriminatórios e pede que as pessoas também mudem

Estadão Conteúdo
10/08/2016 às 17:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:17
 (Reprodução/ Instagram)

(Reprodução/ Instagram)

A nadadora Joanna Maranhão voltou a se pronunciar nesta quarta-feira nas redes sociais sobre as ofensas que tem recebido por conta de suas ideias políticas. Após ficar fora das semifinais dos 200m borboleta, a o brasileira foi ofendida e alvo de posts preconceituosos.

Sem rebater os xingamentos, ela informou por meio de seu perfil no Facebook que seu advogado havia coletado os dados dessas pessoas para entrar com uma ação na Justiça. A publicação jogou ainda mais lenha na fogueira. As pessoas que ficaram irritadas com Joanna resgataram posts antigos da nadadora no Twitter para mostrar que ela também era preconceituosa.

Novamente Joanna voltou ao Facebook admitindo que havia errado alguns anos atrás e reafirmou sua postura em relação a aqueles que a ofenderam. "Sim, o Brasil ainda é um país muito racista, machista, homofóbico, cheio de preconceito e que tem grandes dificuldades em conviver e respeitar as diferenças entre as pessoas", comentou.

"Publiquei há alguns anos tuítes discriminatórios contra LGBTs, misóginos, contra pessoas gordas, contra trabalhadoras sexuais e pode ter coisas contra outras minorias estigmatizadas também. Mas as pessoas podem mudar se buscarem conhecimento! E, felizmente, hoje eu mudei minha forma de pensar e ver o mundo", prosseguiu.

Na sequência, a nadadora se desculpou pelos posts e informou que não os apagará por fazer parte de sua história e para que ela lembre do que ela não quer que volte a acontecer. "Acredito que o importante é termos essa consciência para perceber os nossos erros, admitir que os preconceitos estão enraizados em nós e dispostos a quebrá-los todos os dias. Mudei e estou disposta a fazer essa mudança em mim todos os dias. Torço, de coração, que tudo isso que aconteceu nos últimos dias sirva de reflexão para que mais pessoas possam enxergar seus próprios preconceitos e fazer o possível para serem pessoas melhores", finalizou.

As principais ofensas a Joanna Maranhão se dirigem ao fato de ela ser nordestina - nasceu em Pernambuco - e também por ter admitido abertamente que foi abusada sexualmente por um treinador na infância. Após a eliminação nas preliminares dos 200m borboleta, a atleta concedeu entrevista e desabafou.

"Não é possível alguém desejar que você seja estuprada ou que morra. Não precisa gostar de mim, mas é necessário ter respeito", desabafou a nadadora, chorando bastante. "O que eu puder fazer pra melhorar meu país de alguma forma, eu vou fazer. As pessoas têm todo o direito de discordar, mas não podem desejar essas coisas horríveis. Desejar que eu seja estuprada? Falar que eu inventei a história do abuso na minha infância para aparecer na mídia? Isso é pesado, sabe? Eu recebo tantas mensagens bonitas e pesadas de crianças, mulheres e homens que passaram pela mesma história que eu. Como alguém pode imaginar que eu inventei?", questionou.

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