Retirada de materiais, briga judicial e silêncio: Dryworld com 'dois pés' fora do Galo em 2017

Henrique André e Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
05/10/2016 às 12:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:06
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Ainda que posicione os holofotes virados para o Campeonato Brasileiro no qual é postulante ao título, o Atlético não esquece de planejar a próxima temporada. Para 2017, porém, a indicação é de baixa. O contrato com a Dryworld, fornecedora de materiais esportivos do Galo desde janeiro deste ano, deve ser rompido precocemente. O clube mineiro trabalha, agora, para recuperar o prejuízo até, ao menos, dezembro.

A relação abalada entre a empresa canadense e o clube mineiro segue criando novos capítulos de embate. A última evidencia a falta de comunicação entre as partes e até mesmo um prejuízo relâmpago. A Dryworld "brasileira" reclama que um funcionário do Atlético retirou cerca de 4.800 peças (entre camisas de jogo, treino e de viagem) da loja matriz do clube, anexo à Sede de Lourdes, sem qualquer autorização. A marca calcula um "rombo" de R$ 1 milhão. Eles também alegam que não há falta de material para a equipe mineira. 

É preciso lembrar que, neste momento, existem duas "Dryworlds". Quando os empresários do Canadá vieram operar no Brasil, fizeram uma fusão com a Rocamp, fábrica têxtil do interior do Paraná. A mesa-diretora do braço latino-americano da empresa ficou dividida entre canadenses e brasileiros. Os brasileiros entraram em divergência e, por meio de um processo judicial, tomaram o controle da empresa no Brasil. O Atlético, que firmou contrato com os canadenses, não se comunica com a Dryworld/Rocamp, que é a administradora da Loja do Galo na Sede de Lourdes.

"Hoje, os canadenses não mandam mais nada na Dryworld. Quem manda é o presidente da Rocamp, que conseguiu uma liminar na Justiça. Então, é ele quem administra a empresa. E o nosso contrato foi feito com os canadenses. Como há uma liminar na Justiça, a gente não tem mais o diálogo com o novo presidente, até porque juridicamente não podemos", disse o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, em entrevista à Rádio Itatiaia, na última terça-feira (4).

As retiradas de materiais diretamente do estoque da loja é feito pelo Atlético desde maio, quando começaram os atrasos. Essa ação, segundo apurou a reportagem, o Galo faz com a autorização da Dryworld/Canadá.

Mercado de olho
A relação estremecida entre Atlético e Dryworld tomou o mercado de fornecimento de materiais no Brasil. Sabedor das dificuldades que os canadenses passam para cumprir o acordado com o Galo, outras empresas já cresceram o olho para 2017. O Atlético já foi sondado por outros fabricantes postulantes a substituir o "D" no lado direito do peito dos jogadores alvinegros no próximo ano. 

"Futebol acontece isso, você faz um planejamento em longo prazo e, por terceiros que não sabem administrar, acaba prejudicado. Quando acabar o contrato, vamos avaliar quem será a próxima fornecedora ou mesmo se dentro do prazo, já que a Dryworld tem um prazo, recupere o prejuízo", completou Nepomuceno.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por