Com três casos de febre amarela em investigação, vacinação será reforçada em BH

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
15/01/2018 às 20:36.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:46

O temor de que o vírus da febre amarela esteja circulando dentro de Belo Horizonte ganha reforço. Três casos estão em investigação na capital, conforme boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em Minas, 12 notificações já foram confirmadas, com um saldo de 11 mortes. 

No fim de semana, quatro mineiros que estavam internados com suspeita da doença morreram no Hospital Eduardo de Menezes, no Barreiro. Além disso, um macaco foi encontrado morto, ontem, em uma calçada no bairro Estoril, região Oeste da capital, preocupando moradores das imediações.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) afirma não haver confirmação de casos com transmissão ocorrida em BH. Apesar disso, o órgão decidiu reforçar a vacinação. No próximo sábado, os centros de saúde da cidade estarão abertos para que a população ainda desprotegida possa ser imunizada. A justificativa é a ocorrência da doença em municípios da região metropolitana. 

Reforço

No bairro Estoril, as ações da Zoonoses também deverão ser intensificadas em um raio de 200 metros do local onde o primata foi encontrado, segundo a prefeitura. A medida busca eliminar focos do Aedes aegypti, já que o mosquito pode transmitir a febre amarela em ambientes urbanos.

Além disso, a situação vacinal dos moradores da região será verificada. Todas as pessoas ainda não imunizadas serão orientadas a procurar um centro de saúde.

A notícia gerou repercussão nas redes sociais. O presidente da associação do bairro vizinho ao Estoril, o Buritis, Bráulio Lara, afirma que há um clima de tensão na região. “Tem muita gente comentando, mas vamos esperar o resultado do exame no macaco para tomarmos alguma decisão”, explica.

Além da febre amarela, outra preocupação é com a chikungunya. Minas registrou 67 casos da doença na primeira quinzena de 2018. Em relação à dengue, foram 476 registros e um óbito, que ainda está sendo investigado

Avanço

Em Minas, 12 registros de febre amarela já foram confirmados no segundo período de monitoramento da doença, que começou em 12 de julho de 2017 e vai até junho deste ano. Do total, 11 pessoas perderam a vida em decorrência da enfermidade, segundo dados da SES-MG.

O médico infectologista Unaí Tupinambás explica que a forma grave da doença tem o índice de letalidade sempre acima dos 50%, o que é considerado “muito alto” e justifica os óbitos no Estado. Ele alerta que quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de sobrevivência do paciente. “A orientação principal é se vacinar, já que a imunização é muito efetiva contra esse vírus”, afirma. 

A SES-MG afirmou, por meio de nota, que está intensificando as ações nas regiões com casos confirmados e orienta a população sobre a importância da vacinação, principalmente do público masculino, que corresponde à maioria dos casos de infecção e 100% dos óbitos no Estado. 

Viçosa

Três pessoas foram internadas em Viçosa, na Zona da Mata, com suspeita de contaminação por febre amarela, de acordo com informações da prefeitura da cidade. Os pacientes são moradores da zona rural do município. Um deles está hospitalizado em BH e os outros dois seguem internados no município da Zona da Mata.

(Colaborou Gabriela Sales)Editoria de Arte

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