CHACINA DE UNAÍ

Antério Mânica vai se entregar à polícia, diz advogado

Pedro Melo e Camilla Kind*
pmelo@hojeemdia.com.br
14/09/2023 às 20:44.
Atualizado em 14/09/2023 às 21:24
 (Flávio Tavares/arquivo Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/arquivo Hoje em Dia)

Condenado como mandante da chacina de Unaí, Antério Mânica irá se entregar à Polícia Federal (PF). A afirmação é do advogado Marcelo Leonardo, responsável pela defesa do fazendeiro. Na quarta-feira (13), a Justiça determinou a "prisão imediata" de Mânica, do irmão dele, Norberto, e de mais dois homens envolvidos no crime, ocorrido em 2004.   

Detalhes sobre quando e onde Antério irá se entregar às autoridades não foram repassados pelo criminalista. Ele afirmou, porém, que a apresentação já teria sido comunicada à polícia. 

Antério foi condenado como um dos mandantes do assassinato de três auditores fiscais e de um motorista que apuravam denúncias de trabalho escravo em propriedades rurais.

Na terça-feira (12), a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu pedido do Ministério Público Federal (MPF) para determinar o início do cumprimento provisório da pena de prisão dos réus. 

Até o momento, Antério não foi localizado por agentes da Polícia Federal, que já teriam comparecido aos endereços conhecidos do fazendeiro. 

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Mesmo com a intenção de apresentar o cliente às autoridades, Marcelo Leonardo diz que irá recorrer da decisão de prisão imediata, considerada ilegal pela defesa. “Enquanto não tiver trânsito em julgado (da sentença), considero a decisão injusta e ilegal”.

Primeira prisão

Foi preso nesta quinta-feira (14) o primeiro dos quatro condenados pela Chacina de Unaí, no Triângulo Mineiro. Os outros três ainda estão sendo procurados e a polícia não descarta a possibilidade de fuga. As informações foram repassadas ao Hoje em Dia pelo superintendente regional do trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans.

Segundo ele, um dos homens condenados por contratar os pistoleiros que executaram os servidores públicos foi preso em Brasília pela PF. Na tarde desta quinta, agentes teriam realizado visitas nos endereços dos demais envolvidos, mas não tiveram sucesso. Por conta desta situação, eles já seriam considerados  foragidos ou à espera de alguma reviravolta no âmbito judiciário.

Tanto Antério quanto Norberto Mânica negam envolvimento na morte dos servidores.

Entenda o caso

Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva, fiscais do Ministério do Trabalho, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram vítimas de uma emboscada em uma estrada de terra, próxima de Unaí (MG), enquanto faziam visitas de rotina a propriedades rurais. O carro do Ministério do Trabalho foi abordado por homens armados que mataram os fiscais com disparos à queima-roupa. 

*Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lima

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