MINERAÇÃO

Após pandemia, Exposibram retorna ao modelo presencial e espera receber 55 mil visitantes

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
13/09/2022 às 08:43.
Atualizado em 13/09/2022 às 18:34
O evento, que acontece até a quinta-feira (15), vai reunir cerca de 550 estandes (Fernando Michel/Hoje em Dia)

O evento, que acontece até a quinta-feira (15), vai reunir cerca de 550 estandes (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Após ser realizada no modelo online por dois anos seguidos, por causa da pandemia, a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram 2022) retornou ao modelo presencial nessa segunda-feira (12). O evento, que acontece até a quinta-feira (15), vai reunir cerca de 550 estandes e espera receber 55 mil visitantes no Expominas BH.

De acordo com Rinaldo César Mancin, diretor de relações institucionais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), “as pessoas estão com uma vontade imensa de se reencontrar e fazer negócios.”

“A mineração é um dos principais setores da economia, ao lado do petróleo e do gás. Quase não sofremos por causa da pandemia, por ser considerado essencial, e temos a expectativa de que nos próximos cinco anos sejam investidos US$ 42 bilhões no setor”, aponta. 

Ele também apontou que “o meio-ambiente e a segurança são pontos críticos para o nosso setor” e que “nos últimos tempos muita coisa mudou do ponto de vista de operação, fiscalização e regulamentação.”

“As barragens construídas com tecnologia alteamento a montante estão sendo desativadas e gradualmente substituídas por empinamento a seco. A sustentabilidade já é algo que está sendo exigido e se tornará ainda mais essencial nos próximos tempos”, acredita. 

Ele também comentou o aspecto internacional do evento, com empresas da Europa e Ásia apresentando suas novas tecnologias em estandes espalhados pela feira. 

“Recebemos representantes vindos principalmente do Canadá, Holanda e China. A mineração é um negócio global. Nossos grandes clientes são de fora do país e também importamos muitas tecnologias”, diz. 

Além dos estandes, também acontece no local o Congresso Brasileiro de Mineração com palestras, debates e talk-shows com diversos temas (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Além dos estandes, também acontece no local o Congresso Brasileiro de Mineração com palestras, debates e talk-shows com diversos temas (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Além dos estandes, também acontece no local o Congresso Brasileiro de Mineração com palestras, debates e talk-shows com diversos temas. 

“Um dos temas predominantes é a Agenda ESG da Mineração do Brasil, que traça as principais metas do setor e fala principalmente sobre sustentabilidade, governança e diversidade”, aponta. 

Outro debate importante, segundo ele, é sobre mudança de clima e energias renováveis. “Quem vai fornecer tecnologia para implementar isto é a mineração. Não existe energia limpa sem minerais”, diz. 

Lauro Amorim, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos da AngloGold Ashanti Brasil, afirma que um dos principais desafios para o setor é tornar o setor cada vez mais sustentável em seus processos. 

“Precisamos encontrar novas formas de energia, diminuir a emissão de carbono e minerais que vão permitir novas tecnologias e eletrificação de veículos. O congresso é uma oportunidade de discutir isto a fundo”, garante. 

Outro aspecto destacado por ele é a presença das mineradoras nas comunidades onde atua. “É preciso um diálogo mais aberto e transparente. Em um dos nossos projetos os moradores fazem uniformes e crachás não só para a nossa empresa, mas também para outras. É uma forma de pensar no que vamos deixar no local depois da mineração”, aponta. 

Robô inovador 

Alguns estandes do evento também se dedicaram a apresentar novas tecnologias e inovações para a indústria mineradora. Uma delas é o robô Anymal D, distribuído com exclusividade pela empresa de tecnologia PUR, de Contagem. 

De acordo com Franklin Aguiar, diretor técnico comercial da PUR, o robô substitui o trabalho humano em locais onde há risco de acidentes ou até mortes. “Ele realiza inspeção industrial em áreas arriscadas, sendo capaz de acessar ambientes quentes, úmidos e com gases tóxicos."

Robô Anymal D consegue realizar trabalhos em regiões perigosas para o ser humano (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Robô Anymal D consegue realizar trabalhos em regiões perigosas para o ser humano (Fernando Michel/Hoje em Dia)

O robô já é usado por empresas como a Vale. “Agora já estamos fazendo testes para empresas de alimentos, papel celulose, siderurgia. 

Por ter câmera térmica, ele consegue ir além dos sentidos básicos do ser humano. “Ele consegue perceber se algo está quente antes de se aproximar, coisa que uma pessoa não conseguiria ver a olho nu”, explica. 

Redução de carbono 

Outra inovação, que pode ser vista logo na entrada do evento, é o caminhão 100% elétrico da Vale. Com 72 toneladas, ele substitui o diesel por eletricidade proveniente de fontes renováveis e tem capacidade para transportar o equivalente a 80 carros populares, sem emissão de CO2.

Alexandre Salomão Andrade é gerente do programa Powershift, criado pela Vale com o objetivo de substituir combustíveis fósseis por fontes limpas em suas operações e explica mais detalhes sobre o veículo.

“O equipamento irá operar na mina de Água Limpa, em Minas Gerais. Em 2019, assumimos  a meta de zerar as emissões líquidas diretas e indiretas de gases de efeito estufa (escopos 1 e 2) até 2050. Para isto, estima investir entre US$ 4 e US$ 6 bilhões." 

Veículo 100% elétrico da Vale promete ajudar a reduzir a emissão de carbono na mineração (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Veículo 100% elétrico da Vale promete ajudar a reduzir a emissão de carbono na mineração (Fernando Michel/Hoje em Dia)

De acordo com a empresa, as emissões dos caminhões fora de estrada a diesel representam cerca de 9% do total de emissões de escopo 1 e 2 da Vale. 

“Com o caminhão elétrico, em substituição ao porte similar modelo com uso de diesel, aproximadamente 80 toneladas de dióxido de carbono equivalente deixam de ser emitidas mensalmente, o que equivale ao plantio de 560 árvores para neutralizar suas emissões”, garante Alexandre. 

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