TRIÂNGULO MINEIRO

‘Caso de vida ou morte’: detento que alega ter sido estuprado escreveu para a avó dias antes

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
06/01/2023 às 08:00.
Atualizado em 06/01/2023 às 08:04

Um detento que alega ter sido estuprado em uma penitenciária mineira enviou uma carta para a avó 14 dias antes do ocorrido, de acordo com informações divulgadas pelo advogado da vítima. Na carta, o detento pede que a mulher o visite na cadeia e afirma se tratar de um assunto “de vida ou morte”. 

A violência sexual teria ocorrido na segunda-feira (2), na penitenciária Deputado Expedito de Faria Tavares, em Patrocínio, no Triângulo Mineiro. Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou que “o caso está em investigação pela Polícia Civil e que ainda não há confirmação sobre o ocorrido.” 

No texto, enviado no dia 19 de dezembro, ele chama a avó de “mãe” e suplica que ela vá visitá-lo. 

(Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

"Mãe, eu preciso que a senhora venha me visitar urgentemente, é caso de vida ou morte. Assim que esta carta chegar na mão da senhora, largue tudo o que a senhora estiver fazendo e venha ver seu filho, ele está precisando da senhora. É coisa séria, não é brincadeira."

Em outro trecho da carta, ele reforça o pedido. 

(Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

"Mãe, estou precisando da senhora, chegou o dia que o seu filho está precisando de você. Eu preciso que a senhora faça a carteirinha e venha me visitar urgentemente. É caso de vida ou morte, não é brincadeira."

De acordo com o advogado Erick Willian Couto, a defesa vai acompanhar a investigação tanto no âmbito administrativo quanto criminal, e trabalhará para que os direitos do preso sejam resguardados.

“O Estado tem como uma de suas incumbências constitucionais a garantia da incolumidade física e psicológica do indivíduo que se encontra sob sua custódia, além do dever de propiciar ao mesmo uma execução de pena de forma humanizada”, diz. 

O caso 

O detento alega ter sido estuprado na segunda-feira (2) e, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), “o homem alegou aos policiais penais que havia sido estuprado por um colega de cela”.

"A alegação foi feita após os policiais penais separarem uma briga entre os dois. O detento passou pela equipe de saúde da unidade e foi levado para a delegacia de Polícia Civil, responsável pelas investigações criminais", afirmou a Sejusp, em nota.

Agora, a unidade prisional aguarda o resultado do laudo da perícia médica. Enquanto isso, os dois presos estão em celas separadas.

"A direção da unidade também abriu um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. A unidade está controlada e segue sua rotina", declarou a Secretaria.

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