Corpo de Cristo

Conheça a história e entenda o significado da celebração de Corpus Christi

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/06/2022 às 08:30.
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Corpus Christi vem do latim e significa Corpo de Cristo. Para os católicos, a festa celebra a presença de Jesus na Eucaristia, no pão e no cálice (vinho) consagrados.

Segundo o Cardeal Orani João Tempest, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), em artigo da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a solenidade litúrgica do corpo e do sangue de Cristo foi instituída em 1264, pelo Papa Urbano IV.

Antes de se tornar líder da Igreja Católica, Urbano foi Cônego de Liége, na Bélgica. Ele se chamava Tiago Pantaleão de Troyes e recebeu o segredo das visões da Freira Juliana de Liége, que pedia uma festa da Santa Eucaristia no calendário litúrgico. 

A procissão

Segundo a CNBB, Pedro de Praga, um sacerdote muito piedoso, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença real de Cristo no pão consagrado. O religioso decidiu ir em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. 

No caminho, ao celebrar uma missa em Bolsena, na Itália, ele voltou a ter dúvidas se Cristo estava mesmo presente no pão consagrado. Na hora da consagração a hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o pano branco no qual são colocadas as hóstias (corporal), o sanguíneo (pano de limpar o cálice) e a toalha do altar. 

Urbano IV determinou que os objetos milagrosos foram para Orviedo - foi a primeira procissão com sinais da Eucaristia. 

Lucas Prates / Hoje em Dia

Lucas Prates / Hoje em Dia

Herança portuguesa

Portugal é historicamente um país muito católico. E a devoção ao sacramento da eucaristia foi instituída por D. João I, para comemorar sua vitória na Batalha de Aljubarrota (1385), contra o reino de Castela, que invadira o país. 

As tradições lusitanas vieram para o Brasil com os colonizadores. E a solenidade de Corpus Christi tinha um significado especial para a sociedade da época. A festa era comandada pelos representantes das Câmaras e as irmandades das igrejas, que aproveitavam a celebração religiosa para demarcar posições sociais e ostentar o poder. 

Também entre os benfeitores da festa, havia mercadores e representantes das categorias sociais mais abastadas. “Na Minas colonial, todas as categorias de trabalhadores, como, por exemplo, os escultores, os ferreiros, os latoeiros e etc., que eram agrupados em espécies de companhias, tipo corporações de ofício, eles saíam em desfile” - explica o pesquisador, escritor e um dos vice-presidentes do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais Marcos Paulo de Miranda. 

Ao povo ficava o papel contemplativo de admirar o espetáculo do cortejo solene pelas  ruas, com o desfile de ricos ostensórios usados para exibir a hóstia sagrada, além de ornamentos e símbolos da eucaristia. 

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