Estudantes denunciam casos de assédio na Fundação João Pinheiro

Álvaro Castro*
acastro@hojeemdia.com.br
29/06/2016 às 17:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:06
 (Fundação João Pinheiro/Divulgação)

(Fundação João Pinheiro/Divulgação)

Alunas do curso de Administração Pública da Fundação João Pinheiro estão denunciando casos de assédio sexual cometidos por alunos da faculdade, que forma administradores para o Governo de Minas. Segundo uma das estudantes, já são pelo menos dois casos confirmados no espaço de um ano.

O primeiro aconteceu em julho de 2015. Um estudante teria iniciado relações sexuais com a denunciante enquanto ela estava dormindo. O caso foi denunciado à Polícia Civil. Após a denúncia uma outra estudante também citou o mesmo agressor à Fundação, que suspendeu o aluno por seis meses - prazo que termina neste mês e o possibilita voltar a frequentar a João Pinheiro normalmente.

Recentemente, em junho deste ano, uma outra garota denunciou três alunos de a terem estuprado durante um encontro de estudantes de administração pública em Bom Despacho. O caso já está com a Polícia Civil, que investiga os três suspeitos. De acordo com a corporação não há novidades e a delegada ainda aguarda a posição da Justiça sobre o pedido de prisão dos três suspeitos.

Após esse último suposto caso, as estudantes se organizaram em um coletivo, chamado Coletivo de Mulheres Subversivas para apoiar as vítimas de assédio nas dependências ou por estudantes da Fundação.

O coletivo marcou uma manifestação para esta quinta-feira (30) que se concentrará na praça Afonso Arinos, no Centro de BH, às 17h30 e deverá marchar pelas ruas da área central.  “Para que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça precisamos nos mobilizar e exigir nossos direitos", diz o texto do evento que está sendo convocado pelo Facebook e conta com mais de 1.300 interessados.

A Escola de Governo da Fundação João Pinheiro (EG-FJP), por meio de assessoria, confirmou a versão contada pelas alunas e afirmou que tomou todas as medidas cabíveis em relação ao caso de assédio sexual denunciado em 2015 e que continua sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Idoso e Deficiente. 

A instituição informou ainda que à época garantiu a todos os envolvidos no caso o contraditório e ampla defesa e que, ao final do processo foi deliberada a pena máxima prevista no regimento interno para a conduta de assédio sexual: suspensão de um semestre letivo, perda da bolsa mensal de estudos e cancelamento de qualquer termo de estágio vigente.

Além disso, a FJP voltou a afirmar que repúdia quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes praticados contra membros da instituição e que, desde o ano passado tem sido prática constante e regular o debate e reflexão sobre os temas conexos aos fatos apurados, inclusive quanto às repercussões na esfera ética do serviço público. 

*Colaborou Mariana Durães

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