Pains

Mulher é indiciada pelo homicídio qualificado do enteado de 4 anos

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
10/08/2023 às 11:39.
Atualizado em 10/08/2023 às 12:33
 (Divulgação PCMG)

(Divulgação PCMG)

Uma mulher suspeita de maus-tratos e do assassinato do próprio enteado, de 4 anos, responderá por pelo crime de homicídio qualificado. Conforme divulgado pela Polícia Civil na quarta-feira (9), o crime ocorreu no dia 24 de julho deste ano, em Pains, região Centro-Oeste do estado, e a suspeita foi presa em flagrante um dia após o crime.

De acordo com as investigações, a polícia recebeu um comunicado do hospital informando que a vítima chegou na unidade de saúde já sem vida e com diversos ferimentos pelo corpo. Ela, segundo os funcionários, estava nervosa, chegou por volta de 11h40 e relatou que a criança havia tido vômitos e diarréia durante a madrugada. 

De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Patrick Carvalho, o menino foi morto em momento de descontrole e raiva da madrasta. “As investigações apontam para agressões à criança naquela manhã, resultando em seu falecimento. Considerando que a suspeita estava sozinha com o enteado no momento dos fatos, concluímos que ela foi responsável por ações que resultaram no óbito", informou.

A madrasta informou que após o pai da vítima sair de casa, a criança estava próxima a ela quando caiu no chão repentinamente. Ela alegou ter chamado o SAMU, mas acabou não esperando a chegada da ambulância e levou a criança ao hospital por conta própria e com a ajuda de vizinhos. Mesmo com as tentativas de reanimação feitas pela equipe médica, a vítima não resistiu.

Perícia 

Segundo concluiu o médico legista Marcelo Moura, foi constatado que a criança tinha diversos indícios de violência, desnutrição e maus-tratos. “Foram identificadas escoriações e hematomas em várias regiões do corpo, incluindo a região genital, o crânio, a área do couro cabeludo e a orelha direita. Além disso, observou-se uma divergência entre os horários estimados para o óbito. De acordo com os sinais post-mortem, o falecimento ocorreu às 9h30 daquele dia, enquanto a investigada solicitou ajuda somente por volta de 11h40, evidenciando um lapso temporal bastante extenso. A criança e suas roupas estavam limpas, o que indica que ela supostamente teria sido higienizada momentos antes de ser encaminhada à unidade de saúde", detalhou o legista.

Histórico Problemático

O pai do menino relatou que a relação com a suspeita era muito conturbada. Eles estavam juntos há cerca de dois anos e tinham histórico de consumo de entorpecentes. Ele também revelou que a criança não foi alimentada nas 24 horas anteriores aos fatos, devido à recusa da investigada em permitir que a criança fosse alimentada por causa de uma diarréia. O homem informou que saiu para trabalhar após se despedir do filho, que estava dormindo. Posteriormente ele foi chamado ao hospital, onde soube da morte da criança.

As investigações apontaram ainda que já havia uma suspeita anterior de maus-tratos em relação à vítima, que estava sendo monitorada pelos órgãos de proteção devido a relatórios feitos pela escola onde ela estudava. A criança também possuía diagnósticos de autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Cena do crime alterada

Segundo o perito criminal Alisson Barbosa, foram identificados sinais de alteração na cena do crime. Foi observado que o piso na área onde estava o berço da criança estava úmido, sugerindo uma limpeza recente nessa região. A suspeita foi confirmada pelos exames de detecção de vestígios de sangue (luminol), que revelaram sangue em locais previamente lavados, como o berço e a parede próxima ao berço. Outras manchas de sangue também foram encontradas no colchão do berço, na parede, na calça que a madrasta vestia no dia dos fatos e em um edredom que foi descoberto dentro de uma máquina de lavar.

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