(Lucas Prates)
“Você não precisa me aceitar, mas precisa me respeitar”. É essa a ideologia da transexual Carolina Moraes, de 26 anos, que, assim como os colegas Josiane e Héctor, é aluna da ONG Transvest. O projeto educativo promove palestras sobre as culturas LGBT, além de oferecer oficinas artísticas, pré-vestibular, supletivo e cursos de libras e de idiomas para a população trans de Belo Horizonte.
Carolina explica que, graças à Transvest, ela tem recuperado cada vez mais a autoestima e a esperança de uma mudança no tratamento dado ao público transexual na capital.
“Já vi amigas serem arrastadas pelo cabelo por homens na rua só porque se recusaram a fazer um programa. Já enfrentei muito preconceito. Saí de casa cedo, minha mãe é evangélica, e tive muitos problemas por isso. Hoje voltei a morar com minha mãe e temos uma relação excelente”, relata.
Assim como ela, dezenas de outras travestis e transexuais estão tendo a oportunidade de recuperar o orgulho da própria sexualidade. O projeto começou como um pré-vestibular e Educação de Jovens e Adultos (EJA) para esse público.
Suporte
Hoje, a iniciativa possui um núcleo de serviço social que oferece uma cesta básica para cada aluno. Além disso, oferta cursos de defesa pessoal, uma casa para abrigamento da população travesti em situação de rua e um núcleo psicológico e de suporte psiquiátrico para todos os alunos matriculados.
Coordenador da Transvest, Eduardo Salabert explica que todas as ações são gratuitas e realizadas à base de doações. “O projeto busca empoderar a identidade trans. A gente tenta fazer com que o projeto ajude na emancipação dos alunos para que eles possam ocupar espaços de poder que tradicionalmente são negados à população travesti. A própria educação é um espaço de poder. Tudo isso para que a cidade se torne mais plural e democrática”.
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