Nada menos que 3 mil motos foram apreendidas no território mineiro em apenas três dias da operação da Polícia Militar contra os rolezinhos do grau ao som de "rangangan". Cerca de 600 pessoas foram detidas, incluindo menores de idade. O balanço parcial das ações, que seguem neste fim de semana durante o Ano Novo, foi apresentado nesta sexta-feira (29).

Belo Horizonte é a cidade com mais motocicletas retiradas das vias, principalmente durante fiscalizações, como blitz, nas avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Barão Homem de Melo e Silva Lobo. Porém, a PM também destaca os recolhimentos em Juiz de Fora, na Zona da Mata, Governador Valadares, no Vale do Aço, Montes Claros, no Norte de Minas e Varginha, no Sul.

A operação da polícia foi motivada após o elevado número de reclamações e denúncias da prática do grau durante o Natal, especialmente entre domingo (24) e segunda-feira (25), quando mais de 2 mil queixas de direção perigosa e perturbação do sossego foram registradas no Estado.

Na lista de apreensões estão motos com diversas irregularidades, muitas delas usadas durante os "rolezinhos". “Costumam ser roubadas ou furtadas, com irregularidades de trânsito e com modificações não autorizadas”, afirma a porta-voz da PM, major Layla Brunnela.

Segundo a oficial, a maior parte dos envolvidos é formada por jovens, muitos com passagens na polícia por variados crimes. “Apreendemos motocicletas de infratores que tinham a intenção de realizar o grau, ou que estavam de alguma maneira articulando esses encontros, ambos por meio do nosso serviço de inteligência”.

A previsão é que a operação dure até o primeiro dia de 2024. Em caso de necessidade, será ampliada. “O nosso foco no momento é ampliar a fiscalização até o dia primeiro. Para o próximo ano, nós iremos estudar possibilidades e vai depender da necessidade, caso o alto número de infrações permaneça”.

A participação da população também é importante, segundo a Polícia Militar. Denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 181 e 190. O primeiro é recomendado em casos de antecipação ao crime, quando a população tem a informação de que o “rolezinho” vai acontecer. Já o segundo é uma forma de denunciar quando o delito já está sendo presenciado.