Por que a febre amarela atinge mais os homens? Especialista explica o motivo

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
29/01/2018 às 13:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:01
 (Pixabay)

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Os homens são as principais vítimas do surto de febre amarela em Minas Gerais. Segundo o boletim epidemiológico divulgado no último dia 23 pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), 93,6% dos 47 casos confirmados desde julho de 2017 eram referentes ao sexo masculino. O questionamento é inevitável: por que a doença tem acometido majoritariamente um gênero?

De acordo com a infectologista Sílvia Hees, a literatura médica oferece uma explicação comportamental para o fato. O homem está mais susceptível à febre amarela por ter um maior contato com mosquitos transmissores da doença em áreas florestais. “O homem está mais exposto por ter que desbravar matas por questão de trabalho. Na maioria dos casos, os pacientes são homens que vivem em áreas rurais e entram nas matas por atividades profissionais”, explica.

Os homens também são mais vulneráveis por serem maioria entre os praticantes de esportes em regiões de floresta. “Há alguns casos relacionados a práticas esportivas, especialmente as que envolvem trilhas em áreas de mata”, completa.

De acordo com a médica, não há pesquisas que indiquem se algum hormônio feminino (como o estrogênio) oferece algum fator de proteção às mulheres. Há uma hipótese de que as mulheres sejam mais cuidadosas com a saúde – e mais atentas à vacinação –, mas não há um estudo que possa comprovar isso.

Prevenção

A vacina é a forma mais eficaz de evitar o contágio de febre amarela. De acordo com a SES, mais de 3 milhões de mineiros ainda não estão imunizados contra a doença. Entre os 853 municípios do estado, 39,39% (336) não alcançaram 80% de cobertura vacinal. O número de mortes por febre amarela desde julho de 2017 no Estado pode chegar a 32, mas o balanço oficial da SES ainda não foi divulgado.

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