Prejuízo para todos

Queimadas perto da rede elétrica já deixaram 230 mil casas sem luz em Minas este ano, diz Cemig

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
02/09/2022 às 18:00.
Atualizado em 02/09/2022 às 18:16
 (CEMIG / Divulgação)

(CEMIG / Divulgação)

Os focos de incêndio que atingiram a rede elétrica em Minas Gerais entre janeiro e agosto deste ano deixaram 230 mil domicílios sem energia. Os dados são de um levantamento feito pela Cemig que registrou 214 interrupções no fornecimento em sua área de concessão. As zonas rurais são as mais atingidas pelas queimadas. Quem paga a conta desse prejuízo é o consumidor.

A região Norte do Estado foi a que mais registrou ocorrências nesse período, com 40 interrupções. Mas a região Central, onde está localizada a capital mineira, é a que teve mais unidades consumidoras afetadas pela falta de luz: 141.282.

O custo financeiro dessa despesa operacional é registrado pela Cemig e demais concessionárias do sistema e, de forma indireta, é incluído na conta a ser paga pelo consumidor, explicou o gerente de Saúde e Segurança no Trabalho da Cemig, João José Magalhães. "O  mais comum são os cabos derretem por causa do calor e precisarem ser trocados", disse.

O Hoje em Dia pediu que a estatal de energia informasse qual o valor gasto em 2022 com os danos causados pelas queimadas na rede elétrica, mas a até o fechamento desta matéria não houve resposta.

O sistema da Cemig possui dispositivos que isolam apenas o trecho danificado, mas ainda assim o restabelecimento de energia não é imediato.

"É prejuízo para todo mundo. Hospitais, comércio e residências ficam sem energia durante horas porque alguém colocou fogo perto da rede elétrica", afirmou o gerente.

De acordo com João Magalhães, quando um foco de incêndio atinge uma área rural é preciso esperar as equipes do Corpo de Bombeiros controlarem totalmente o fogo para que os técnicos da Cemig ou de outras concessionárias possam trabalhar no restabelecimento da energia.

"E isso pode demorar várias horas porque normalmente são locais de difícil acesso. Quando o incêndio ocorre à noite, é necessário esperar o dia seguinte para que os trabalhos possam começar a ser feitos", explicou.

A ação criminosa e a falta de atenção das pessoas são as principais causas de incêndio que atingem a rede elétrica, de acordo com a Cemig. Na área rural o maior problema são as queimadas usadas para limpar o pasto, além de pontas de cigarro e até churrasco na beira de rio, que não são totalmente deflagrados pelas pessoas.

Nas áreas urbanas, os principais registros de incêndio são em lotes vagos usados na queima de lixo. "É difícil restabelecer a energia com menos de uma hora", relatou o diretor.

(Cemig / Divulgação)

(Cemig / Divulgação)

Queimadas em Minas Gerais
Dados do Corpo de Bombeiros apontam que em agosto deste ano o número de incêndios em vegetação caiu 34% em relação ao mesmo mês de 2021.

Segundo o levantamento, até a última segunda-feira (29), foram registradas 3.446 ocorrências de queimadas em todo o Estado. No ano passado esse número chegou a 5.237 no mesmo período.

Nos oito primeiros meses de 2022, foram 9.439 incêndios em vegetação. No mesmo período de 2021 foram 17.641 ocorrências, o que representa uma queda de 46%.

De acordo com os Bombeiros, essa redução se deve ao comportamento sazonal, quando o volume de incêndios no período de estiagem, que vai de abril a setembro, sofre uma variação de um ano para o outro. Outro fator é o trabalho de prevenção feito pelo Corpo de Bombeiros.

Um exemplo é a Campanha Verde que, segundo a corporação, reduziu em 23% as ocorrências de incêndio em lotes vagos em Minas em 2021. Esse tipo de atendimento representou 38% do total de queimadas no Estado no ano passado.

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