Camelôs na rua

Shopping Uai ameaça fechar se não houver acordo sobre subsídios da PBH

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 20/07/2022 às 07:43.
Camelôs informaram que o aluguel do espaço ficou quase quatro vezes maior do que era no início do projeto, e que muitos desistiram por causa dos custos (Fernando Michel/Hoje em Dia)

Camelôs informaram que o aluguel do espaço ficou quase quatro vezes maior do que era no início do projeto, e que muitos desistiram por causa dos custos (Fernando Michel/Hoje em Dia)

A rede Shopping Uai, que recebeu os camelôs retirados das ruas do Centro da capital pela prefeitura, ameaça fechar as portas se o Executivo municipal não acertar o pagamento prometido para subsidiar o funcionamento das suas duas unidades na cidade, uma na região central de Belo Horizonte e outra em Venda Nova.

Dois andares do estabelecimento na região central da capital já foram fechados, e o que continua aberto tem muitas lojas inoperantes e comerciantes preocupados com a situação, que já foi levada à Justiça.

O presidente do Grupo Uai, responsável pela gestão do espaço, Elias Tergilene, alega que o dinheiro repassado pela prefeitura é insuficiente e obrigou o fechamento de dois andares do estabelecimento. Se não houver acordo, será necessário o fechamento total do Shopping, que abriga, também, o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Dois andares do shopping foram fechados e o que continua aberto terá o mesmo fim se não houver um acordo com a prefeitura em relação ao subsídio, afirma Elias Tergilene, presidente do Grupo Uai

Quando os shoppings foram criados, houve um acordo entre a prefeitura e os gestores do espaço prevendo o pagamento de um subsídio durante cinco anos, por meio de títulos de Potencial Construtivo Adicional (PCA) que podem ser comercializados com construtoras interessadas em construir em Belo Horizonte. 
Porém a administração do espaço afirma que houve erro no cálculo desses títulos, tanto no valor quanto na área utilizada para disponibilização. “Solicitamos que o cálculo fosse refeito, e as condições, reequilibradas”, diz Elias Tergilene.

A prefeitura da capital avalia que não houve erro nos títulos disponibilizados, que podem valer até R$ 10 milhões, dependendo da área em que será empregado o potencial construtivo.
“Não há reequilíbrio de contrato a ser feito. Dito isso, a questão foi judicializada pelo proprietário do shopping e a PBH acatará o que for decidido pelo Judiciário, após trânsito em julgado da decisão”, afirmou a assessoria da prefeitura. 

Camelôs ouvidos pela reportagem preferiram não se identificar, mas confirmaram a situação. Eles informaram que o aluguel do espaço ficou quase quatro vezes maior do que era no início do projeto, e que muitos desistiram por causa dos custos. Um deles disse que se o local fechar, ele terá que voltar para a rua. “Uma vez camelô, sempre camelô”, afirmou.

Segundo Elias, a administração municipal alegou que era necessário autorização do Legislativo municipal para dar encaminhamento à demanda dos gestores. Posteriormente, a prefeitura alegou que era necessário judicializar o tema, o que, de acordo com Elias Tergilene, aconteceu. Porém, até agora, sem nenhuma solução.

A Subsecretaria de Fiscalização (Sufis), da prefeitura da capital afirma que vem articulando uma solução para a saída dos camelôs e que eles poderão ocupar espaços no Shopping Caetés, de propriedade do município.

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