Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões, maior valor já apresentado no Brasil

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
20/06/2016 às 20:12.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:59
 (Reprodução)

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Em mais um capítulo da crise financeira e degradação das contas, a operadora Oi pediu recuperação judicial nesta segunda (20). No total, a empresa incluiu R$ 65 bilhões em dívidas no processo, o maior valor já apresentado no Brasil.

Até então, o recorde pertencia à OGX, do empresário Eike Batista, que declarou à Justiça ter dívidas de R$ 11,2 bilhões em 2013.
A operadora divulgou que conseguiu 180 dias para renegociar suas dívidas com os credores em acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Em Fato Relevante direcionado ao mercado, a empresa justificou que o pedido visa a preservação da continuidade dos serviços prestados aos clientes, dentro das regras estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), além de proteger o caixa e os interesses da operadora, das subsidiárias e dos acionistas.

A Oi encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão. Em março, a dívida líquida dela estava em R$ 40,84 bilhões – alta de 7% ante o fim do ano passado, enquanto o caixa disponível ficou em R$ 8,53 bilhões, queda de 49,3% sobre o trimestre imediatamente anterior.

No dia 10, o então diretor-presidente da empresa, Bayard Gontijo, renunciou ao cargo, assumido no início do ano. O anterior, Zeinal Bava, renunciou ao cargo após calote de quase 1 bilhão de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, maior sócio da Portugal Telecom, com quem a Oi estava se fundindo. Ao assumir, Gontijo prometeu equilibrar o caixa da empresa. Ele foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder.

Segundo o analista do setor, Guilherme Canaan, em caso de piora do serviço prestado, a Anatel pode suspender os serviços da companhia. Nesse caso, um novo leilão ocorreria para definir qual empresa ficaria com a concessão. “A empresa chegou nessa situação por causa de um erro estratégico. Ela apostou que a liderança em telefonia fixa era suficiente para se manter no mercado e não investiu em novas tecnologias”, afirma.

Qualidade

Já o consumidor, não pode ser lesado com a situação. Segundo o gerente do Procon Assembleia, Gilberto Dias de Souza, enquanto a empresa estiver no processo de recuperação judicial a qualidade do serviço tem que ser mantida. Caso haja uma piora, o cliente pode pedir a portabilidade para outra operadora sem pagar nenhuma multa, mesmo que fidelizado.

Se a empresa for à falência, o cliente só terá como opção a portabilidade. Sem garantias, porém, que serão mantidas as mesmas condições de contrato, já que o mercado é livre.

*Com agências

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