Saúde

Estudo da Fiocruz Minas associa vitamina B12 à redução da inflamação causada pela Covid-19

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
20/08/2022 às 18:12.
Atualizado em 20/08/2022 às 18:16

Em estudo pré-publicado (ainda não revisado) no repositório científico bioRxiv, cientistas da Fiocruz Minas afirmam que a vitamina B12 (cobalamina) pode ajudar a regular processos inflamatórios que, durante a Covid-19, se encontram desregulados e levam ao agravamento da doença.

A pesquisa comparou amostras de sangue de pacientes hospitalizados com as formas grave e moderada da infecção com as de pessoas saudáveis, analisando a expressão de todos os genes pelas células de defesa, os leucócitos.

Segundo a Fiocruz Minas, as análises mostraram que os pacientes com Covid-19 tinham expressão alterada de muitos genes, embora estivessem em tratamento com corticoide (anti-inflamatório) há cerca de 11 dias. Com a introdução da vitamina B12, a expressão dos genes inflamatórios e de resposta antiviral dos pacientes se aproximou à dos indivíduos saudáveis, mostrando a eficácia do nutriente para o controle da inflamação.

Os cientistas afirmam que a cobalamina atenua o quadro conhecido como “tempestade inflamatória”, causado por uma resposta imunológica excessiva do organismo. A B12 seria uma espécie de regulador desse evento, aumentando a produção da molécula chamada metil, capaz de desativar genes que favorecem a inflamação.

“É como se tivéssemos um trilho de trem e colocássemos muitos obstáculos nesse trilho para impedir a passagem do trem. No nosso caso, a linha férrea seria o gene, os obstáculos seriam o metil, e o trem seria a máquina enzimática que nossa célula usa para fazer a leitura do DNA. Ou seja, quanto mais metil nos genes, menos a máquina enzimática consegue expressar os genes inflamatórios e, com isso, é possível controlar a inflamação”, explicou o pesquisador Roney Coimbra, coordenador do estudo, citado pela Agência Fiocruz de Notícias.

Para verificar a segurança do uso da vitamina B12, os cientistas deram o nutriente a indivíduos saudáveis e descobriram que ela não alterou os níveis de expressão dos genes avaliados no estudo. Isso seria a comprovação da segurança do tratamento, ao atestar a não toxicidade do nutriente e comprovando sua eficiência na regulação dos genes alterados pela Covid-19.

“É importante destacar que, antes que a B12 possa ser usada com segurança para o tratamento dos pacientes com Covid-19, ainda é necessária a realização de um estudo clínico, ou seja, diretamente no organismo humano. Deve-se ressaltar também que não adianta tomar a vitamina por conta própria, como medida de prevenção, uma vez que nosso estudo só constatou a eficiência da B12 para a normalização de processos inflamatórios alterados pela doença”, alertou Roney Coimbra.

(*) Com Agência Fiocruz de Notícias.

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