Peruas são um grande barato. São carros práticos, charmosos e com comportamento dinâmico muito melhor que o dos SUVs. Esse tipo de carroceria começou a ganhar relevância no pós-guerra, depois que os baby boomers começaram a nascer saciando a libido reprimida dos dias de trincheiras.

Assim, todo carro tinha potencial para ganhar uma derivação da perua e atender a necessidade de espaço das famílias norte-americanas. Até mesmo o Chevrolet Corvette se rendeu às peruas. Em 1954, a General Motors revelou o conceito Nomad, com base no Corvette.

O carro foi uma das atrações da GM para o Futurama II, a Feira Mundial de Nova York, que trazia atrações inovadoras para inspirar a década futura. E como a gigante de Detroit era uma das patrocinadoras do evento, ela tinha um grande pavilhão, que precisava ser preenchido com muitos vislumbres futuristas.

E o ‘Vette’ era a sensação da marca, com sua leve carroceria de fibra de vidro e um estilo europeu, graças ao olhar vanguardista do engenheiro belga, Zora Arkus-Duntov. Assim, nada mais natural que imaginar futuros modelos com base no esportivo do momento.

Tecnicamente, a Nomad não era uma perua de fato, uma vez que derivava de um roadster. Assim, ela seria uma shooting brake (estilo popular no Reino Unido e que pegou de empréstimo o nome das pequenas carruagens de caça). Mas ao invés de ser um veículo para portar armas e caça, a Nomad da GM foi pensada para carregar pranchas.

O conceito tinha um apelo jovial com base na primeira geração do Vette. E o desenho ficou até mais arrojado que o próprio esportivo. Mesmo apresentado em Nova York, queria atravessar o país para encantar os surfistas californianos. Mas foi o alto escalão da General Motors que ficou enfeitiçado pela Nomad.

No entanto, não queria ofuscar o brilho do Corvette e aprovou o projeto Nomad em modelos generalistas, como Bel Air, Impala e até mesmo o Chevelle. Nos anos 1980, o nome foi empregado em um furgão. Em 2004, a GM desenvolveu um conceito para celebrar os 50 anos do Nomad original.