Indústria mineira considera alta de juros insustentável para o setor produtivo
Para a Fiemg, a medida vai prejudicar a competitividade da indústria e aprofundar os efeitos negativos sobre o crescimento econômico, o emprego e a renda
O aumento em 1 ponto percentual - agora são 12,25% ao ano - da Selic acende um alerta sobre os impactos econômicos. A avaliação é da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que considera a alta de juros insustentável para o setor produtivo. Essa foi a terceira alta seguida da taxa.
Conforme a Fiemg, o acréscimo da Selic tende a restringir investimentos, prejudicar a competitividade da indústria e aprofundar os efeitos negativos sobre o crescimento econômico, o emprego e a renda.
Para o setor, a decisão foi motivada pela deterioração das expectativas de inflação, decorrente da perda de credibilidade da política fiscal. "A Fiemg manifesta sua profunda preocupação com a decisão do Copom, ressaltando que juros excessivamente altos podem gerar mais danos à economia do que oferecer soluções eficazes. Defende, assim, cortes urgentes na Selic como medida essencial para estimular o setor produtivo e evitar um ciclo de estagnação econômica", informa nota da Federação.
Aumento da taxa Selic
Em comunicado, o Copom atribuiu a elevação acima do previsto às incertezas externas e aos ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo. O órgão informou que elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões, em janeiro e março, caso os cenários se confirmem. Os próximos encontros serão comandados pelo futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo.
“O comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”, destacou o comunicado.
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