EMPREGO

Aprovado em 16 concursos, professor dá dicas para quem sonha com a carreira pública

Lançamento da 5ª edição de livro voltado para concurseiros será na terça-feira (19), em BH; obra traz artigos dedicados às mulheres

Ana Paula Lima
@anaplimabh
Publicado em 16/03/2024 às 07:30.Atualizado em 16/03/2024 às 07:50.

Concurso não sai de moda. Para muita gente, não há inovação no mercado de trabalho, empreendedorismo ou carreira de influencer capaz de ofuscar os principais atrativos do serviço público: a estabilidade e a chance de ser útil ao outro. Prova é o número de inscritos no CNU, o “Enem dos Concursos”: 2,1 milhões de candidatos vão disputar 6.640 vagas no governo federal. E é para essa turma que vive mergulhada em editais e apostilas que o professor e palestrante José Roberto Lima lança a 5ª edição do livro “Como passei em 16 concursos”, na próxima terça-feira (19), às 19h, no Minas Tênis Clube I, em Belo Horizonte.

“Qualquer pessoa é capaz de passar em um concurso público. O grande segredo é que não tem segredo”, avisa o autor, há anos ensinando técnicas de estudo e memorização.

Não precisar ser superdotado não significa não ter estratégia. José Roberto Lima destaca quatro atitudes para quem quer a aprovação, método que ele batizou de ANEG:

1. Assiduidade e participação nas aulas de cursos preparatórios: seja participativo nas aulas (presenciais ou virtuais). Se você estuda só por apostila, tire suas dúvidas em comunidades digitais de estudantes.

2. Não desprezar o conteúdo fácil: são muitas as questões fáceis, mas com alto índice de erros. Acerte-as e garanta a aprovação.

3. Estudar um pouco: entre estudar a noite inteira e estudar uma ou duas horas, mas todos os dias, fique com a segunda opção.

4. Gostar de estudar: tudo que nos dá prazer é antecedido de treino. É assim com os vícios e é assim com as virtudes. Então, estude todos os dias. Ao final de dois meses você terá prazer em aprender.

O autor fala com propriedade de causa: tinha 23 anos quando passou no primeiro concurso. O ano era 1983 e o cargo, porteiro da UFMG. “Aí veio o dilema: ser ou não ser porteiro? E, com ele, um erro. Não tomei posse porque ganhava três vezes mais numa loja como vendedor. Mas, um mês depois, fiquei desempregado”, recorda.

Da experiência, tirou a lição que compartilha em palestras e na sala de aula – além de advogado e colunista do Hoje em Dia, onde escreve sobre concursos às quartas-feiras, José Roberto Lima é professor de Direito nas Faculdades Promove, em BH.

“Às vezes a pessoa vai tomar posse e aquele não é o cargo dos sonhos. Mas, uma vez aprovado, esse emprego vai garantir a estabilidade e a tranquilidade para fazer um planejamento de estudos e ser bem-sucedido nas próximas batalhas”. No caso do autor, a vitória final veio em 1996, com a aprovação para delegado da Polícia Federal, função que desempenhou até se aposentar. Hoje, ele tem 63 anos.

“O que mais atrai as pessoas ao serviço público é a estabilidade, mas não se trata de um privilégio. Imagine haver uma equipe treinada para missões especiais e a cada novo governante ela ser trocada… É preciso entender que essas pessoas estão a serviço do poder público, não do governante”, explica. A possibilidade de atender ao próximo, servir à sociedade, é outro chamariz, afirma. Além disso, para as mulheres, o cargo público pode ser a chave para uma guinada de vida: “para muitas, passar é a forma de libertar a si e aos filhos de um marido ou companheiro opressor. Conheço várias histórias assim”.

Minientrevista:

1) O que você diria a quem vai prestar um concurso público pela primeira vez?

Se você for aprovado, parabéns. Mas se não for, insista. Outras batalhas virão. Cada concurso é uma batalha, e perder uma não significa perder a guerra. Prepare-se e a hora de sua vitória vai chegar.

2) Qual o maior erro dos candidatos?

É concentrar os esforços nos conteúdos difíceis, porque em qualquer prova 80% dos conteúdos são fáceis. Se você acertar as questões de matérias difíceis e errar as perguntas das matérias fáceis, não vai passar.

3) Que conselho dá aos concurseiros?

Não estude muito. Estude pouco, mas todos os dias. A lógica do condicionamento mental é a mesma do condicionamento físico. Se estudar por muito tempo, vai amanhecer cansado, não vai render… Mas se você tiver paciência de colher resultados após vários meses, fará enorme diferença.

Serviço

Lançamento da 5ª edição do livro “Como passei em 16 concursos”, de José Roberto Lima (Editora Del Rey)

Data: 19 de março, terça-feira

Horário: a partir das 19h

Local: Minas I – Espaço Café – Centro Cultural (Rua da Bahia, 2.244 – 5º andar – Lourdes - BH)

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