Bruno Henrique, do Flamengo, é indiciado pela PF por forçar cartão e beneficiar apostadores
Atacante teria manipulado lance que recebeu cartão em partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023
Mineiro de Belo Horizonte, o jogador Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado na noite de terça-feira (15) pela Polícia Federal, suspeito de forçar um cartão amarelo em duelo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, e beneficiar apostadores. O irmão do atleta e outras 9 pessoas também foram indiciadas.
Segundo o jornal Metrópoles, o jogador sinalizou ao irmão e a familiares que iria receber o cartão no jogo contra a equipe paulista. Foram analisadas 3.989 conversas no WhatsApp de Bruno Henrique, sendo muitas delas vazias ou apagadas - o que, para os investigadores, pode indicar que o atacante deletou parte dos registros.
No celular do irmão do atleta, os investigadores encontraram mensagens que comprometem o jogador e o colocam diretamente ligado ao esquema de apostas.
Em uma das mensagens, o irmão do jogador pergunta quando ele tomaria o terceiro cartão amarelo, e o atacante rubro-negro responde: "Contra o Santos". O atleta foi indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva.
Até o momento, o atleta ainda não se pronunciou. Já o Flamengo publicou uma nota em que afirma que ainda não foi comunicado oficialmente acerca dos fatos envolvendo Bruno Henrique, mas ressalta o compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo.
“O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique. O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito”, diz a nota publicada pelo clube rubro-negro.
Operação da PF
Em novembro de 2024, os investigados foram alvos de uma operação de busca e apreensão. Os policiais estiveram nas casas dos envolvidos e até no CT do Flamengo.
Mais de 50 Policiais federais e 6 membros do Gaeco/DF cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/MG, Vespasiano/MG, Lagoa Santa/MG e Ribeirão das Neves/MG.
"A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro", detalhou a PF em nota.
Ainda segundo a PF, no decorrer da investigação, os dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração.
"Durante a partida, verificou-se que o atleta efetivamente foi punido com cartão. São alvos da operação o jogador e os apostadores. Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão", enfatizou a PF.
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