Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 foram disputados de 28 de agosto a 8 de setembro, com resultados históricos para o Brasil. O país levou para a capital francesa sua maior missão para uma edição do megaevento em terras estrangeiras e conquistou sua melhor campanha em todos os aspectos.
O Brasil terminou em quinto lugar no quadro de medalhas com um total de 89 pódios. Sob qualquer perspectiva, esta é a melhor campanha do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos: maior número de ouros e maior quantidade de medalhas, superando em 17 pódios os 72 obtidos em Tóquio 2020 e Rio 2016, e os 22 ouros conquistados no Japão.
O Brasil também é top-5 pela primeira vez na história nos Jogos Paralímpicos, ficando atrás de China, Grã-Bretanha, EUA e Holanda. A quinta colocação no megaevento foi a meta que o Comitê Paralímpico Brasileiro estabeleceu para os Jogos de 2016, no Rio, mas na ocasião não a atingiu, conquistando 14 ouros. O planejamento estratégico feito em 2017, e revisado em 2021, colocava a meta entre 70 e 90 medalhas e o top 8 em ouros, o que foi conquistado e até ultrapassado em Paris.
“Em cada brasileiro, hoje, pulsa um coração paralímpico, então, eu quero agradecer demais o empenho, os jogos foram extensos. Resultados tão extraordinários proporcionados pelos nossos atletas aqui. O resultado dos Jogos Paralímpicos foi excepcional, mas não dá para falar sobre esse resultado sem voltar a 2017, quando a gente elaborou o nosso plano estratégico e que foi uma bússola ao longo dos últimos oito anos, foi ele quem nos guiou até aqui”, disse Mizael Conrado, bicampeão paralímpico como jogador de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008) e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Confira abaixo 24 motivos que fizeram desta edição dos Jogos de Paris 2024 inesquecível:
1 – Campanha histórica
Em Paris, o Brasil realizou sua melhor campanha da história em Jogos Paralímpicos, com 89 pódios: 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes.
Sob qualquer perspectiva, esta é a melhor campanha do Brasil até aqui: maior número de ouros e maior quantidade de medalhas, superando em 17 pódios os 72 obtidos em Tóquio 2020 e Rio 2016, e os 22 ouros conquistados no Japão.
O Brasil chegou ao top-5 pela primeira vez na história nos Jogos Paralímpicos, ficando atrás de China, Grã-Bretanha, EUA e Holanda.
A quinta colocação no megaevento foi a meta que o Comitê Paralímpico Brasileiro estabeleceu para os Jogos de 2016, no Rio, mas na ocasião não a atingiu, conquistando 14 ouros. O planejamento estratégico feito em 2017, e revisitado em 2021, colocava a meta entre 70 e 90 medalhas e o top 8 em ouros, o que foi conquistado e até ultrapassado em Paris.
2 – Medalha 400
O Brasil chegou à marca de 400 medalhas na história dos Jogos Paralímpicos. O número foi alcançado com o bronze do paulista André Rocha, no lançamento de disco da classe F52 (atletas que competem em cadeiras de rodas), a 27ª medalha brasileira em Paris.
Até o início dos Jogos de Paris 2024, o Brasil tinha um total de 373 medalhas – 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes — na história dos Jogos Paralímpicos, que tiveram sua primeira edição em Roma 1960.
A primeira participação brasileira na história dos Jogos Paralímpicos foi em Heidelberg, na então Alemanha Ocidental, em 1972. No entanto, um atleta brasileiro só subiu ao pódio quatro anos depois: nos Jogos de Toronto 1976, no Canadá, a dupla formada por Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos da Costa conquistou a prata no Lawn Bowls, modalidade semelhante à bocha praticada na grama.
3 – Maior missão brasileira fora do Brasil
Em Paris, o Brasil contou com sua maior delegação para uma edição dos Jogos fora do país, com 280 atletas no total. Foram 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e 1 para o triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
O número supera os 259 convocados de Tóquio 2020, que também havia sido à época a missão com mais atletas em terras estrangeiras. A quantidade só não é maior do que a registrada nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil contou com 278 atletas, considerando apenas aqueles com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede da competição.
4 – Maior participação feminina
O Brasil registrou em Paris sua maior participação feminina em uma edição do megaevento, tanto em número total de atletas como também em percentual da delegação. Dos 255 atletas com deficiência que competiram na França, 117 eram mulheres, ou 45,88% do total dos competidores.
As atletas na capital francesa superaram a quantidade convocada na edição de 2016, no Rio de Janeiro, quando o Brasil teve 102 mulheres, o que representou 35,17% do total da delegação.
Já em termos percentuais, a maior representatividade de mulheres na delegação havia sido em Tóquio 2020, quando 41,03% do total dos convocados eram do sexo feminino – 96 ante os 138 homens.
5 – Pódios femininos
As mulheres foram responsáveis pela maioria das medalhas douradas brasileiras e por quase a metade dos pódios do país em Paris, com 43 medalhas exclusivamente femininas: 13 de ouro, 12 de prata e 18 de bronze. Este é o melhor desempenho feminino na história do Brasil nos Jogos, superando o resultado de Tóquio 2020, com 26 medalhas: sete de ouro, sete de prata e 12 de bronze.
Além disso, caso o ranking dos Jogos considerasse apenas as conquistas obtidas pelas mulheres, o Brasil seria o quarto país no ranking de medalhas, atrás apenas de China, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
6 – Recordes mundiais
Seis atletas brasileiros registraram recordes mundiais ao longo dos Jogos Paralímpicos de Paris. O paulista Julio Agripino foi o primeiro a realizar o feito, na prova dos 5.000m para atletas da classe T11 (deficiência visual). O atleta completou o percurso em 14min48s85 para conquistar a medalha de ouro.
Na mesma classe, o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, ao completar a prova em 3min55s82, também deixou para trás a própria marca dos Jogos de Tóquio, 3min57s60.
A velocista acreana Jerusa Geber quebrou o recorde mundial dos 100m para a classe T11 ainda na semifinal, ao completar o percurso em 11s80. A marca anterior já pertencia a ela mesma – 11s83, no CT Paralímpico, em São Paulo.
O mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, quebrou por duas vezes seu próprio recorde mundial nos 150m medley, prova na qual ele compete com atletas da classe SM3, com limitações físico-motoras menores. o atleta quebrou Nas eliminatórias, o nadador completou a prova em 3min15s06 e, na final, em 3min14s02.
A quinta recordista do Brasil foi a paulista Beth Gomes. No arremesso de peso, ela superou a maior marca da classe T53 (atletas que competem sentados), ao arremessar em 7,82m – o antigo recorde já era dela, de 7,75m feitos também em Paris, no Mundial de atletismo 2023.
O último recorde brasileiro veio no sábado, 7, com a maranhense Rayane Soares na prova dos 400m para atletas da classe T13 (baixa visão). A atleta completou o percurso em 53s55, superando os 54s46 da estadunidense Marla Runyan, que durava desde 2 de janeiro de 1995.
7 – Melhor dia da história
O sábado, 7, foi o dia mais vitorioso do Brasil em toda a história dos Jogos Paralímpicos. O país conquistou 16 medalhas em Paris, sendo seis de ouro, três de prata e sete de bronze.
Foram cinco medalhas no judô (três ouros, uma prata e um bronze), seis no atletismo (dois ouros, uma prata e três bronzes), um ouro no halterofilismo, uma prata e um bronze na canoagem, uma prata na natação e um bronze no futebol de cegos.
8 – Medalhas em série
Além do recorde estabelecido no dia 7 de setembro, a delegação brasileira em Paris atingiu a marca de ao menos nove pódios em um dia por mais cinco vezes ao longo dos Jogos Paralímpicos de Paris. O número foi alcançado pela primeira vez já no segundo dia de disputas, sexta-feira, 30 de agosto. Foram quatro ouros e seis bronzes. No atletismo,
No sábado, 31, terceiro dia de Jogos, o Brasil fechou a jornada com dez pódios, incluindo três medalhas de ouro. Na segunda-feira, 2, os brasileiros tiveram seu melhor dia, com 11 pódios, com quatro medalhas de ouro, quatro de prata e três de bronze. A seguir, na terça-feira, 3, os atletas brasileiros conquistaram dois ouros, duas pratas e seis bronzes.
A façanha foi alcançada novamente na quarta-feira, 4, com um ouro, quatro pratas e quatro bronzes.
9 – 200 medalhas do atletismo
O atletismo brasileiro, modalidade que mais pódios garantiu ao Brasil na história dos Jogos Paralímpicos, chegou à marca de 200 medalhas na história do megaevento. O número foi atingido com a conquista de uma medalha de prata pelo paulista Thiago Paulino na prova do arremesso de peso para atletas da classe F57 (que competem sentados).
10 – Tricampeões
O atletismo brasileiro passou a contar com dois novos tricampeões paralímpicos, o velocista paraibano Petrúcio Ferreira e o lançador mineiro Claudiney Batista.
Petrúcio, da classe T47 (deficiência em membros superiores), alcançou a façanha ao encerrar a prova dos 100m em 10s68. O paraibano já havia ganhado o ouro nesta prova nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e Rio de Janeiro em 2016. Além disso, ele também ganhou o bronze nos 400m da classe T47 em Tóquio e a prata no Rio. Por equipes, Petrúcio conquistou ainda a prata em 2016, no revezamento 4x100m.
Claudiney conquistou seu tricampeonato paralímpico no lançamento de disco da classe F56 (que competem sentados) com a marca de 46,86m, novo recorde paralímpico.
Esta foi a quarta medalha paralímpica do mineiro na carreira, ouro no disco no Rio 2016 e Tóquio 2020. Ele também tem uma medalha de prata no lançamento de dardo conquistada em Londres 2012.
11 – Recordes e medalhas de Beth Gomes
A paulista Beth Gomes, 59, conquistou duas medalhas e um recorde mundial em Paris. A atleta conquistou o ouro na prova do lançamento de disco da classe F53 (que competem sentados) e uma prata no arremesso de peso, em prova que foi disputada em conjunto por atletas das classes F53 e F54 (ou seja, ela enfrentou competidores com limitações físico-motoras menores do que as suas).
No disco, prova que Beth também venceu em Tóquio 2020, Beth ampliou por três vezes o recorde paralímpico, que era de 15,48m e encerrou a disputa com a marca de 17,37m, estabelecendo o novo recorde da competição — que era de 15,48m.
No arremesso de peso, Beth bateu o recorde mundial da sua classe ao arremessar em 7,82m – o antigo recorde já era dela, de 7,75m feitos também em Paris, no Mundial de atletismo 2023.
Beth foi diagnosticada com esclerose múltipla quando era atleta de vôlei em 1993. Também foi atleta do basquete em cadeira de rodas antes de chegar ao atletismo.
12 – Primeiro ouro paralímpico de Jerusa Geber
A acreana Jerusa Geber, 42, subiu ao lugar mais alto do pódio dos Jogos Paralímpicos, pela primeira vez ao vencer a prova dos 100m da classe T11 (deficiência visual). Campeã mundial da prova, a atleta já tinha duas pratas e dois bronzes paralímpicos, conquistados em três edições diferentes: Pequim 2008, Londres 2012 e Tóquio 2020.
Além do título, Jerusa bateu o recorde mundial na semifinal da prova, com o tempo de 11s80. A marca anterior já pertencia a ela mesma – 11s83, registrada no CT Paralímpico, em São Paulo. Apenas quatro velocistas cegas na história conseguiram fazer os 100m em menos de 12s. Além da acreana, apenas as chinesas Cuiqing Liu e Guohua Zhou e a britânica Libby Clegg conseguiram tal feito.
No penúltimo dia de Jogos, 7 de setembro, Jerusa ainda retornou à pista para conquistar seu segundo ouro paralímpico, desta vez na prova dos 200m para a classe T11.
13 – 150 medalhas da natação
Segunda modalidade que mais garante medalhas para o Brasil, a natação também chegou a uma marca relevante: 150 pódios para o país.
A medalha 150 veio nos 100m costas da classe S14 (deficiência intelectual). O paulista Gabriel Bandeira conquistou a prata, com o tempo de 58s54, novo recorde das Américas.
14 – Carol Santiago se torna maior medalhista de ouro brasileira
A nadadora pernambucana Carol Santiago se tornou a maior medalhista de ouro do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos.
A pernambucana conquistou cinco pódios em Paris. Foram três medalhas de ouro, nos 50m livre, 100m livre e 100m costas; e duas de prata, nos 100m SB12 e no revezamento 4x100m livre – 49 pontos.
Com isso, Carol chegou a seis medalhas douradas em sua trajetória, Carol ultrapassou a marca de quatro medalhas de ouro da velocista Ádria Santos, que subiu quatro vezes ao lugar mais alto do pódio entre os Jogos de Barcelona 1992 e Atenas 2004.
Carol também alcançou a marca de dez medalhas paralímpicas. No total, a pernambucana já conquistou seis ouros, três pratas e um bronze. Com isso, assumiu a quinta colocação entre os atletas com maior quantidade de medalhas conquistadas no megaevento, ranking liderado pelo ex-nadador Daniel Dias.
15 – Gabrielzinho ‘amassa’ e conquista três ouros e dois recordes mundiais
O mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, conquistou três medalhas de ouro em Paris, e se tornou bicampeão paralímpico em duas provas.
O nadador da classe S2 (limitações físico-motoras) voltou a vencer os 200m livre e os 50m costas, provas nas quais também foi medalhista de ouro em Tóquio 2020. A terceira vitória, ainda no primeiro dia de disputas em Paris, veio nos 100m costas, provas em que o mineiro havia sido prata na edição anterior do megaevento.
Além disso, nos 150m medley, prova na qual Gabrielzinho compete com atletas da classe SM3, com limitações físico-motoras menores que as suas, o atleta quebrou o recorde mundial de sua classe por duas vezes no mesmo dia. Nas eliminatórias, o nadador completou a prova em 3min15s06 e, na final, nadou em 3min14s02.
16 – Bruna Alexandre, maior medalhista do tênis de mesa
A mesatenista catarinense Bruna Alexandre conquistou duas medalhas em Paris e se consolidou como a atleta brasileira com mais pódios na modalidade. Ela obteve o bronze tanto nas chaves individuais da classe 10 (andantes) como também nas duplas WD20, ao lado de sua conterrânea Danielle Rauen.
Com o resultado, Bruna acumula seis medalhas em Jogos Paralímpicos, cinco bronzes e uma prata, conquistadas desde os Jogos do Rio 2016.
A catarinense também se tornou em 2024 a primeira atleta brasileira com deficiência a participar dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no mesmo ano. Com isso, a atleta completou 49 dias em solo francês, de 22 de julho a 9 de setembro.
17 – Triatlo tem medalha inédita
O paranaense Ronan Cordeiro, 27, conquistou a medalha de prata no triatlo na classe PTS5 (comprometimento físico-motor), a primeira medalha do Brasil nessa modalidade na história dos Jogos Paralímpicos. Ele completou a prova, que envolve natação, atletismo e ciclismo, em 59min01.
Ronan tem má-formação congênita na mão esquerda e começou a competir no triatlo em 2018.
“Fizemos história. Quero agradecer ao CPB, que me levou para treinar na altitude. Eu tinha uma missão, que era acabar com esse paradigma do triatlo. Podemos mais no triatlo, vamos acreditar. Eu queria o ouro, são muitos sentimentos, dei tudo na natação, dei tudo no ciclismo, e acabei pagando na corrida. Mas é um resultado histórico e vai mudar para o triatlo”, disse Ronan.
18 – Vitor Tavares e a primeira medalha do badminton
O paranaense Vitor Tavares conquistou a primeira medalha do badminton em Jogos Paralímpicos. O atleta alcançou o feito ao derrotar por 2 a 1 Man Kai Chu, de Hong Kong, na classe simples SH6 (baixa estatura).
Vitor possui nanismo causado por hipocondroplasia congênita. Em 2016, ele conheceu o badminton no colégio. Ele foi convidado para a modalidade por um professor que dava aulas para crianças e atletas de alto rendimento.
Antes do bronze, Vitor terminou em quarto nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e ganhou medalha de bronze no individual e prata nas duplas no Mundial de badminton em Tóquio 2022.
19 – Alexandre Galgani e o primeiro pódio no tiro esportivo
O paulista Alexandre Galgani conquistou o primeiro pódio do Brasil no tiro esportivo na história dos Jogos Paralímpicos. O resultado histórico veio com uma prata na prova R5 Carabina de Ar – 10 m – Posição Deitado Misto SH2 (atiradores que precisam de suporte para a arma), na qual ele marcou 254,2 pontos.
Esta foi a terceira participação de Alexandre em Jogos Paralímpicos, sendo que ele foi o único brasileiro a disputar os Jogos de Tóquio 2020. À ocasião, foi o 10º colocado na prova em que conquistou a prata em Paris.
Galgani já havia obtido uma medalha inédita para o Brasil, a primeira do país em um Mundial da modalidade. Alexandre fez parte do trio que conquistou o bronze na edição do campeonato disputada em Lima, no Peru, em setembro de 2023.
O pódio foi conquistado na disputa por equipes da prova R4 Carabina de Ar – 10m – posição em pé SH2, que não faz parte do programa dos Jogos Paralímpicos. Ele competiu ao lado do capixaba Bruno Kiefer e da catarinense Jéssica Michalack.
20 – Estreia dourada no taekwondo
A mineira Ana Carolina Moura, 29, se tornou campeã paralímpica de taekwondo em sua primeira participação em Jogos Paralímpicos. Ela venceu a francesa Djelika Diallo na final da categoria até 65kg, no Grand Palais, diante de um ginásio lotado torcendo pela adversária.
Ana Carolina Moura tem má-formação congênita no antebraço direito e começou a praticar taekwondo para se defender, após ser assaltada e perder um colar que havia ganhado de uma tia quando nasceu.
21 – Primeira medalha em cadeira de rodas na pista em 36 anos
O paraibano Ariosvaldo Silva, 47, o Parré, conquistou a medalha de bronze nos 100m da classe T53 (cadeirantes) e se tornou o primeiro brasileiro em 36 anos a conquistar um pódio em corridas em cadeira de rodas. A última vez em que o Brasil havia obtido uma medalha em disputas na pista havia sido nos Jogos Paralímpicos de Seul, na Coreia do Sul, em 1988.
Para chegar ao resultado, Parré ajudou a desenvolver sua cadeira de corridas junto a um fabricante nacional. Ele também é conhecido por auxiliar outros atletas na manutenção de seus equipamentos durante as competições.
Ariosvaldo teve poliomielite aos 18 meses e ficou com os membros inferiores paralisados. Conheceu o esporte paralímpico aos 17 anos, por meio do seu professor de Educação Física, na época, que o apresentou ao basquete em cadeira de rodas. O atleta competiu pela modalidade até 2002, quando migrou para o atletismo.
22 – Medalhas do judô
A Seleção Brasileira de judô realizou uma campanha histórica em Paris, com oito medalhas: quatro ouros, duas pratas e dois bronzes.
O primeiro título veio com a paulista Alana Maldonado, que se tornou bicampeã paralímpica ao vencer em Paris a disputa da categoria até 70 kg para atletas J2 (baixa visão). A judoca derrotou na decisão a chinesa Yue Wang, de quem havia perdido por três vezes ao longo do ano.
Os demais títulos vieram no dia seguinte à vitória de Alana. Na classe J1 (cegos totais), o potiguar Arthur Silva venceu na categoria até 90 kg, e o paraibano Wilians Araújo, na categoria acima de 90 kg; na J2 (baixa visão), a paulista Rebeca Silva foi campeã na categoria acima de 70 kg.
23 – Mulheres do halterofilismo
As mulheres garantiram a melhor campanha da história do halterofilismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos, com duas medalhas de ouro e dois bronzes.
O primeiro título paralímpico veio com a paulista Mariana D’Andrea, campeã também em Tóquio 2020, na categoria até 73kg. A atleta ainda quebrou o recorde paralímpico, ao acertar um levantamento de 148kg. Já no último dia de Jogos, 8 de setembro, a carioca Tayana Medeiros também foi ouro com o melhor resultado da história da competição em sua categoria, de até 86kg, com um levantamento de 156kg.
As outras duas medalhas também vieram com marcas continentais. A amazonense Maria de Fátima Castro se tornou recordista das Américas na categoria até 67kg com um levantamento de 133kg, enquanto a mineira Lara Lima fez a melhor marca continental na categoria até 41kg com um levantamento de 109kg.
24 – Cowboys’ da canoagem
As duas últimas medalhas brasileiras em Paris vieram com uma dobradinha. O sul-mato-grossense Fernando Rufino e o paranaense Igor Tofalini obtiveram o ouro e a prata, respectivamente, na prova da canoa individual 200m para a classe VL2 (usa tronco e braços na remada).
Amigos além de adversários, os dois atletas eram peões de rodeio antes de adquirirem uma deficiência. Fernando foi atropelado por um ônibus e perdeu parcialmente o movimento das pernas; depois, começou na canoagem. Já Igor caiu de um touro e levou um pisão do animal nas costas, ficando paraplégico. Depois, ele conheceu a canoagem.
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