O show dos bilhões de Brasil e Argentina no Gigante da Pampulha

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
08/11/2016 às 20:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:34
 (Vanderlei Almeida/AFP)

(Vanderlei Almeida/AFP)

Na última janela de transferências, a Juventus, da Itália, bancou 90 milhões de euros para arrancar o atacante Higuaín do também italiano Napoli. O Paris Saint-Germain, da França, sonha em tirar Neymar do Barcelona, da Espanha, e teria de pagar mais de R$ 800 milhões. Mesmo valor da multa rescisória de Messi no time catalão. No clássico entre Brasil e Argentina, nesta quinta-feira (10), às 21h45, no Mineirão, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018, o preço médio do ingresso está na casa dos R$ 475. Mas este valor ficará em segundo plano perto das cifras estratosféricas que envolvem os jogadores da partida.

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Entre as 50 maiores transferência do futebol mundial, na história, 18 envolvem jogadores brasileiros e argentinos, sendo uma dezena do Brasil e outras oito do país vizinho, sendo que Di María é contabilizado duas vezes. O titular da equipe de Edgardo Bauza movimentou R$ 487 milhões quando se transferiu do Real Madrid, da Espanha, para o Manchester United, da Inglaterra, e do time inglês ao Paris Saint-Germain, onde está atualmente.

No Brasil, além de Neymar, que fatura cerca de R$ 241 mil a cada 24 horas, outros destaques econômicos são o zagueiro Marquinhos (que custou R$ 110 milhões aos cofres do Paris Saint-Germain) e o atacante Gabriel Jesus, que, após o término do Campeonato Brasileiro, onde é destaque do líder Palmeiras, será mais um milionário do Manchester City, da Inglaterra.

O clube do técnico espanhol Pep Guardiola desembolsou R$ 112,9 milhões para ter a nova joia do futebol brasileiro a partir da segunda metade da temporada europeia.

A equipe do norte da Inglaterra, inclusive, é a que mais cedeu jogadores para o clássico de amanhã, no Mineirão. Do lado argentino, o zagueiro Nicolas Otamendi, o lateral-direito Pablo Zabaleta e o atacante Kun Agüero. No Brasil, há o volante Fernandinho.
O quarteto custou R$ 466 milhões ao time que é comandado pelo sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan, que tem como um de seus negócios o Manchester City.

O único jogador do futebol mineiro envolvido no confronto, o atacante Lucas Pratto, do Atlético, não está no mesmo patamar financeiro de outros colegas argentinos. Entretanto, o camisa 9 é avaliado pelo Galo em 15 milhões de euros (R$ 52 milhões, sendo que 20% do montante será destinado ao Vélez Sarsfield). A intenção da diretoria alvinegra é receber esta grana à vista. Já o centroavante só gostaria de sair do Galo para o futebol europeu, rejeitando por completo ir para a China.

Felicidade
Eles ganham rios de dinheiro, fazem por dia uma grana incalculável para um brasileiro comum. Mas poderiam ganhar mais. Messi e Neymar, dois dos esportistas mais bem pagos do mundo, atuam no Barcelona levando em consideração, primeiramente, o desejo de defender as cores do clube da Catalunha.

Na visão do repórter do jornal Sport, Joaquim Piera, correspondente no Brasil há 13 anos, Messi e Neymar não se rendem à avalanche de euros oferecidos por Paris Saint-Germain, Manchester City ou outro time com poderio econômico superior ao do Barça por uma questão de identidade e fidelidade (maior, no caso do argentino).

“Existem clubes da Europa com capacidade financeira para comprar Messi ou Neymar do Barcelona. Falando especificamente daqueles que são bancados pelos petrodólares, como PSG, Manchester City e, em outra categoria, o Manchester United. Entretanto, os dois não saem do Barcelona por uma escolha pessoal, de se identificarem com o clube, com o conceito de futebol desenvolvido no Barça”, afirma Joaquim.

O jornalista espanhol lembra que o PSG ameaçou bancar a compra de Neymar pagando uma multa rescisória de R$ 670 milhões. A transferência não foi para frente. O melhor jogador da Seleção Brasileira segue vestindo azul e grená. Algo que, segundo Joaquim Pira, poderá não durar tanto devido a “forças externas”.

“Na última janela de transferências, por exemplo, o PSG estava disposto a arcar com a multa rescisória na casa dos 190 milhões de euros do Neymar. Eles podem pagar até mesmo um salário melhor para o jogador. Até acredito que há forças externas para fazer com que o Neymar deixe o Barcelona. Em relação ao Messi, entretanto, vejo ele se aposentando no clube ou, no máximo, voltando ao time de coração, o Newell’s Old Boys, da Argentina, ou indo para uma outra liga, como a dos Estados Unidos”, completa Joaquim.

Comparação
Os salários anuais de Messi e Neymar no Barcelona, juntos, seriam suficientes para se comprar o Cruzeiro ou o Atlético. A cada temporada, o clube catalão desembolsa cerca de R$ 380 milhões para remunerar os dois craques, que renovaram seus vínculos recentemente, depois de investidas de PSG e Manchester City. O valor é maior que a avaliação dos dois gigantes mineiros na lista de 50 times mais valiosos das Américas, divulgada na noite da última segunda-feira (7) pela conceituada revista britânica “Forbes”, especializada em economia.

Para os ingleses, o Cruzeiro, que aparece como o 38º clube mais valioso do continente, vale R$ 328 milhões. O Atlético aparece logo depois, na 39ª colocação, avaliado em R$ 317 milhões.

O líder do ranking é o Corinthians, que custaria, segundo a revista inglesa, R$ 1,7 bilhão. O segundo colocado é o Palmeiras (R$ 1,53 bilhão) e o terceiro, o Grêmio (R$ 1,02 bilhão). Os três clubes ocupam a posição, principalmente, por causa das suas novas arenas.
O outro mineiro da lista é o América, que vale R$ 212 milhões, segundo a Forbes, por causa do Independência, e ocupa a 45ª posição.

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