Entrevista

‘Represento o América e o futebol mineiro’, afirma Tainá, goleira que vai disputar as Olimpíadas

Atleta fala sobre convocação, relação de anos trabalhando com o técnico da Seleção Brasileira e também sobre o time mineiro

Angel Drumond
angel.lima@hojeemdia.com.br
Publicado em 22/07/2024 às 07:30.Atualizado em 22/07/2024 às 09:28.
Tainá: "mesmo tendo nascido em São Paulo, foi em Minas Gerais que encontrei uma segunda casa e um ambiente muito legal no América" (BH Fotos)
Tainá: "mesmo tendo nascido em São Paulo, foi em Minas Gerais que encontrei uma segunda casa e um ambiente muito legal no América" (BH Fotos)

Única representante do futebol mineiro nos Jogos Olímpicos, Tainá Borges está vivendo dias de muita expectativa. A goleira do América está honrada em representar Minas Gerais em Paris, apesar de ter nascido em São Paulo. 

A goleira de 1,86m e 29 anos começou a carreira no Centro Olímpico, mas em 2016 foi contratada pelo Corinthians. No clube paulista, Tainá colecionou conquistas, 17 no total: 5 brasileiros, 4 paulistas, 4 Copas Libertadores, 2 Supercopas, 1 Copa do Brasil e 1 Copa Paulista.

No América desde o começo da temporada, Tainá falou ao Hoje em Dia sobre os detalhes da sua convocação, a relação de anos trabalhando com o técnico da Seleção Brasileira e também sobre o América, e os objetivos da equipe na reta final do Campeonato Brasileiro Feminino. 

Qual a sensação de ser convocada para os Jogos Olímpicos de Paris?
Fiquei bastante feliz, bastante emocionada. Não parava de andar de um lado para o outro. Não acreditei, na verdade, quando vi o meu nome ali entre as convocadas. Meu nome foi logo ali no comecinho. Foi uma emoção difícil de descrever. É um sonho realizado. Eu quero aprender, observar e aproveitar essa grande experiência com as companheiras.

Qual a expectativa para Paris? Você acha que a Seleção Brasileira tem chances de conquistar a medalha após os resultados ruins do Mundial?
O Arthur Elias tem falado muito conosco sobre dar um passo de cada vez. Então nosso foco é conquistar pontos em todos os jogos e classificar para a próxima fase. Acho que nosso grupo é forte, e nosso desafio é conquistar o maior número de pontos contra três adversários bem fortes que são a Nigéria, o Japão e a Espanha. Vamos em busca da classificação. 

Você será a única representante dos times mineiros no futebol dos Jogos Olímpicos de Paris. Qual a sensação de representar o estado, apesar de ter nascido em São Paulo?
É uma honra enorme ser a única representante dos times mineiros no futebol dos Jogos Olímpicos de Paris. Mesmo tendo nascido em São Paulo, foi em Minas Gerais que encontrei uma segunda casa e um ambiente muito legal no América. Representar o Estado e o clube é motivo de muito orgulho para mim.

Sei que carrego a torcida e o carinho de muitas pessoas e isso me dá ainda mais motivação para dar o meu melhor em campo. Me adaptei bem em Belo Horizonte, e quero retribuir todo o apoio com uma excelente campanha com o Brasil.

Qual a importância do América na sua convocação para Paris?
Estar no América trouxe a oportunidade de jogar o Brasileiro em alto nível, em um grande clube, e faz parte da minha jornada até a convocação. Os jogos, a consistência de nosso time, tudo contribuiu pra que eu chegasse aqui, com experiência e confiança. Sou muito grata ao clube por tudo que fez por mim e levo essa gratidão comigo para Paris, representando não só o Brasil, mas também o América e o futebol mineiro.

Está preparada para assumir a posição de titular caso seja o desejo do treinador Arthur Elias, com quem trabalhou no Corinthians? 
Com certeza, a gente está num grupo em que não são só as 11 titulares, é o grupo todo de 22 jogadoras que estarão prontas caso sejam acionadas. A Lorena é uma grande goleira, uma companheira incrível, e estamos preparadas. Cada jogo vale muito, é uma competição curta e precisamos estar prontas. Só de estar entre as 18 inscritas é uma honra muito grande, e trabalho para estar sempre bem, assim como todo o grupo de jogadoras, todas as 22 que estão aqui em Paris.

Qual sua relação com o treinador Arthur Elias, já que estão vivendo muitos momentos juntos no futebol?
Acho que o Arthur é um técnico que pede bastante intensidade. Trabalhei com ele quando estava no Corinthians, mas não foi só ali. Muitos não sabem, mas o Arthur foi o meu primeiro técnico, quando subi da base para o profissional, no Centro Olímpico. Talvez isso tenha uns nove anos, quando ele saiu para o Corinthians.

Então, acredito que confiança não falta da parte dele a mim como atleta, ele me conhece muito bem, e sabe muito do meu trabalho. O que ele espera de mim como uma jovem goleira é que eu esteja sempre atenta a cada lance.

Sobre as Spartanas, como é chamado o feminino do América, qual sua expectativa para o restante da temporada? Acha que a equipe pode se classificar?
As expectativas são as melhores possíveis. A gente trabalha para classificar. Sabíamos que o Campeonato Brasileiro da Série A1 seria difícil e bem competitivo e acabamos tropeçando no último jogo, antes da parada, que era de muita importância ter conquistado a vitória para se manter no G8, mas nada está perdido. Temos dois jogos muito importantes depois da volta dos Jogos Olímpicos, e serão dois jogos que vão decidir nossa trajetória na competição. Pode ter certeza que vamos brigar até o final.

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