Zema quer indenização por Brumadinho ainda em 2020 e diz: 'será muito melhor do que Mariana'

Anderson Rocha
@rochaandis
Publicado em 24/11/2020 às 12:10.Atualizado em 27/10/2021 às 05:07.
 (Gil Leonardi/Agencia Minas)
(Gil Leonardi/Agencia Minas)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, na manhã desta terça-feira (24), que o acordo de indenização com a Vale, para reparação de danos ao Estado devido à tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deverá ser finalizado ainda neste ano.

O gestor ainda declarou que o valor será "muito melhor que o de Mariana, que foi de R$ 4 bilhões e meio". As afirmações foram feitas durante entrevista à rádio Itatiaia. 

"Eu fico impressionado como [Mariana] foi um acordo ruim para o Estado. As coisas lá não aconteceram. Eu visitei a cidade recentemente. Duas ou três casas foram construídas nesses cinco anos de tragédia", disse Zema.

O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ocorrido em janeiro de 2019, matou 270 pessoas e causou diversos danos ao meio-ambiente. Já a tragédia de Mariana aconteceu em novembro de 2015, e tirou a vida de 19 pessoas.
 
De acordo com o gestor, o objetivo do governo de Minas é ter agilidade, diferente do que foi feito em Mariana, para que as obras possam trazer "o bem ao povo mineiro".

Zema ainda agradeceu a Mário de Paula Franco Júnior, juiz responsável pelo caso na 12ª Vara Federal, pelo andamento da negociação. "Ele, inclusive, é está fazendo o caso de Mariana andar, pois estava totalmente parado", afirmou Zema. 

Acordo não afeta negociação de vítimas

Zema fez questão de explicar que o acordo não afeta a negociação de familiares e vítimas com a Vale.

"O Estado não está arbitrando valores para esse grupo, o que nós estamos pedindo é a compensação pelas perdas econômicas que o Estado teve", afirmou.

O chefe do executivo estadual também pontuou que o valor da negociação não entrará no caixa do governo. Segundo ele, o dinheiro será empregado pela mineradora na execução de obras. 

Entre elas, o gestor citou o Anel Viário de Belo Horizonte, a conclusão dos hospitais regionais e a realização de obras em todos os municípios por onde passa o rio Paraopeba e, portanto, foram prejudicados com o mar de lama derramado em janeiro de 2019.

"O Estado não vai receber dinheiro. É uma compensação para o povo mineiro, que foi muito prejudicado com relação ao impacto da tragédia de Brumadinho. Nós, ministérios públicos estadual e federal, Advocacia Geral do Estado, da União, Defensoria Pública, estamos todos empenhados.

A Vale afirmou que permanece empenhada em reparar, integralmente, os danos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho. "O acordo entre a empresa, o Governo de Minas e as instituições de Justiça segue em negociação no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), órgão de mediação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ainda não há definição de valores para um eventual acordo. A próxima audiência acontece em 9 de dezembro, com a participação do Estado de Minas Gerais e das instituições de Justiça, representantes legítimos dos interesses dos atingidos e dos titulares de direitos individuais ou coletivos", disse a mineradora.

Procurador do MP

Por fim, Zema informou que decidirá, até esta quarta-feira (25), o nome do novo procurador do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O governador afirmou que se reunirá com os nomes indicados e que a decisão não será fácil.

"Estaremos fazendo aquilo que for melhor para o Estado de Minas", disse.

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