Após reunião realizada nesta quarta-feira (26) na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas (STRE-MG), no Centro de Belo Horizonte, ficou decidido que 30 dos 60 motoristas que trabalham para a plataforma Uber e que estavam bloqueados foram liberados para rodar.

Participaram do encontro representantes da categoria e a direção nacional da Uber, que deixou a sede da SRTE-MG sem dar qualquer declaração.

"Várias questões foram levantadas. Apresentamos 60 contas bloqueadas e pedimos uma revisão na Uber. Eles desbloquearam 50% desse total, alguns que continuam com bloqueios são com questões ligadas à justiça, ligadas à questão judicial, questões criminais, isso aí eles não abrem mão e também não diz respeito à nossa alçada. Essas contas continuam bloqueadas por problemas criminais e judiciais", detalhou Carlos Calazans, superitendente regional do trabalho e quem sugeriu a reunião.

Segundo ele, a Uber explicou que as contas foram bloqueadas após denúncias de passageiros e levantamentos feitos pela empresa.

"Nesse sentido, nós fizemos um apelo e nós adotamos o seguinte critério: todos aqueles que têm as contas bloqueadas ou que tiveram as contas bloqueadas vão procurar as suas lideranças, associações e sindicatos, vão apresentar essas contas bloqueadas para a superintendência e nós vamos entregá-las para a Uber fazer a revisão".

Calazans destacou que há muita reclamação por parte dos motoristas, que consideram as justificativas da empresa "injustas".

"Tem gente que comprou o carro, está pagando prestações, fez uma dívida enorme e às vezes por uma denúncia, por uma discussão à toa com o passageiro, o passageiro fez uma denúncia contra esse motorista e ele teve a conta bloqueada", comentou.

Conta fake

Calazans disse, ainda, que durante a reunião foi discutida a questão de contas fakes, criadas para prejudicar determinada pessoa.

"A pessoa faz a conta, cadastra na Uber e passa a conta para terceiros, às vezes para um parente, para um conhecido e a pessoa roda sem ter o cadastro da Uber, a Uber vai bloquear, fazer um pente fino nessas contas fakes", informou.

O que diz a Uber

Em nota, a Uber informou que não tem como prática banir contas "à toa" ou por "denúncias falsas", como declarou o superintendente, pois toma com absoluta seriedade a decisão de desativar uma conta da plataforma. Veja abaixo a nota na íntegra:

“A Uber esclarece que não procede a informação divulgada pela Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais de que a empresa reativou as contas de 30 ex-motoristas desativados da plataforma por razões que incluem fraude, apontamentos criminais, incidentes de segurança, entre outros.

A Uber não tem como prática banir contas "à toa" ou por "denúncias falsas", como declarou o superintendente, pois toma com absoluta seriedade a decisão de desativar uma conta da plataforma.

Todas as desativações de contas estão fundamentadas nas políticas e diretrizes da Uber, como o Código da Comunidade, que foi criado para que a experiência com o aplicativo seja sempre positiva, segura e respeitosa tanto para motoristas parceiros quanto para usuários. 

Temos processos rigorosos em nosso suporte, feito por humanos, que analisam o teor dos reportes enviados pelo aplicativo antes de tomar medidas nas contas envolvidas. A menos que haja uma emergência, ameaça à segurança ou outra situação de risco, enviamos diversos comunicados ao motorista parceiro antes de desativar sua conta permanentemente. 

Desativações ocorrem na minoria das situações envolvendo motoristas parceiros, e existem procedimentos para que seja solicitada revisão caso o parceiro entenda que houve alguma decisão equivocada. No processo ele pode fornecer informações adicionais para dar suporte à revisão, como gravações de áudio ou vídeo.”

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