Bairros Lagoinha, Carlos Prates e Bonfim são transformados em patrimônio histórico

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
15/12/2016 às 22:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:06

(André Brant)

Os bairros Lagoinha, Carlos Prates e Bonfim agora são patrimônio histórico. A aprovação foi feita esta semana pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte e tem como objetivo  proteger e preservar as regiões que guardam um acervo arquitetônico de suma relevância para a história da cidade. 

Segundo a Fundação Municipal de Cultura, o tombamento de bairros protege edificações que são de extremo valor para a história de BH. Com essa iniciativa, regras para as novas construções nos bairros tombados são implantadas. A altimetria, por exemplo, passa a ser respeitada para que se preserve, também, a visibilidade de marcos referenciais e as visadas privilegiadas - como é o caso da vista da Serra do Curral pelo Bonfim, que é uma das características do bairro.

Outra diretriz apresentada é a restauração dos imóveis que foram reformados clandestinamente e tiveram sua construção original modificada. Estes deverão ser reparados para que haja a recuperação de suas estruturas genuínas.

Os bairros tombados

Conforme previsto no projeto, os bairros escolhidos se situam nas áreas pericentrais de Belo Horizonte e não são conhecidos por sua exuberância arquitetônica e sim por preservarem histórias, muitas delas simples, mas de extrema significação na memória da cidade.

Nos primeiros anos da nova capital de Minas Gerais a região da Lagoinha serviu como polo de fixação para os imigrantes que não conseguiram se instalar nas proximidades do perímetro urbano. Muitos destes imigraram para Belo Horizonte para trabalhar, justamente, na sua construção.

Já entre as décadas de 1910 e 1920 lá foi instalado um ramal férreo, que permitiu o surgimento de estabelecimentos comerciais na região o que a transformou em um ambiente de maior sociabilidade e em uma zona boêmia. E esta característica desencadeou no estereótipo de que a Lagoinha era uma região violenta e marginal. Entretanto, em paralelo com essa “má fama”, houve no bairro a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, do Ginásio Municipal e do Grupo Escolar Silviano Brandão.

Há registros de que antes mesmo da atuação da Comissão Construtora da Nova Capital, na antiga estrada para Venda Nova, hoje ruas Itapecerica e Formiga, as pedreiras da área já eram exploradas.

O bairro do Bonfim abriga o tradicional Cemitério do Bonfim, a mais antiga necrópole da cidade. Fundado no princípio de 1897, lá se encontram lápides e mausoléus esculpidos por artistas italianos nos mais diferentes estilos, dentre eles: Art Deco, Belle Époque e Modernismo Brasileiro.

Além do cemitério, observa-se no Bonfim um grande número de residências e prédios comerciais que seguem traços arquitetônicos comuns, o que o distingue de outros bairros de Belo Horizonte. Assim também ocorre no bairro Carlos Prates, que também é contemplado pelo projeto.

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